O Sóm do Mundo

De pé ás cinco como um monge
Murmúrio do subúrbio ao longe
O sol descendo pr'esse lado
Com a pressa de um advogado
Às cinco já nessa vigília
Ao lado, o sono da família
Nenhuma idéia quanto à salvação
Nenhuma queixa ou oração
De pé ás cinco como um louco
Quem disse que uma vida só é pouco
"Ó, sol, que bate nesse quarador
Nomeio-te meu procurador"
Antenas, flores e pistilos
Telhados voam mais tranquilos
Vermelhas telhas e orelhas
Abertas para o som do mundo
Mas tudo resiste
Com força e resignação
Mas tudo existe
Do jeito que se pensa ou não
Ele olha o edifício ao lado
Quase tudo ainda calado
Ele olha para o branco do céu
Nada escrito nesse papel.



Credits
Writer(s): Samuel Rosa De Alvarenga, Francisco Eduardo Fagundes Amaral
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