Adeus Segunda-féira Cinzenta

Eu tenho um espelho cristalino
Que uma baiana me mandou de Maceió
Ele tem uma luz que alumia
Ao meio-dia reflete a luz do Sol

Cachorro latindo
Chorando sem pai
O tempo mentindo
Que o vento do norte não sabe soprar

O mar se levanta, com tal desespero
Que eu penso que a Terra não sente a cratera
Querendo lavar

Levar a cabeça pro fundo do mar
E ver que essa areia de grãos tão pequenos
É chão de um país

Que foi que eu fiz, pra não merecer
Um beijo mais quente que a boca do povo viria dizer
Dizer que me amas, que és meu amor
Mas onde procuro, a cor desse olho é denso negror

É como o bafejo, da hidra de sal
Dragões do meu sono
Que rasgam anúncios na televisão

Eu tenho um espelho cristalino
Que uma baiana me mandou de Maceió
Ele tem uma luz que alumia
Ao meio-dia reflete a luz do Sol

Eu tenho um espelho cristalino
Que uma baiana me mandou de Maceió
Ele tem uma luz que alumia
Ao meio-dia reflete a luz do Sol



Credits
Writer(s): Jose Ramalho Neto
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