Testamento

(La ra ra lará, laiá laiá laiá laiá)

Você que só ganha pra juntar
O que é que há? diz pra mim
O que é que há?
Você vai ver um dia
Em que fria você vai entrar

Por cima uma laje
Embaixo a escuridão
É fogo, irmão!
É fogo, irrnão!

(Por cima uma laje)
(Embaixo a escuridão)
(É fogo, irmão!)
(É fogo, irrnão!)

Pois é amigo, como se dizia antigamente
O buraco é mais embaixo
E você com todo o seu baú
Vai ficar por lá na mais total solidão

Pensando à beça que não levou
Nada do que juntou, só seu terno de cerimônia
Que fossa hein meu chapa, que fossa

Você que não para pra pensar
Que o tempo é curto e não para de passar
Você vai ver um dia, que remorso!
Como é bom parar

Ver o sol se pôr
Ou ver o sol raiar
E desligar e desligar

(Ver o sol se pôr)
(Ou ver o sol raiar)
(E desligar e desligar)

Mas você, que esperança!
Bolsa, títulos, capital de giro
Public relations, e tome gravata!
Protocolos, comendas, caviar, champanhe
E tome gravata!

O amor sem paixão, o corpo sem alma
O pensamento sem espírito
E tome gravata!
E lá um belo dia: o enfarte
Ou pior ainda: o psiquiatra

Você que só faz usufruir
E tem mulher pra usar ou pra exibir
Você vai ver um dia
Em que toca você foi bulir

A mulher foi feita
Pro amor e pro perdão
Cai nessa não, cai nessa não

(A mulher foi feita)
(Pro amor e pro perdão)
(Cai nessa não, cai nessa não)

Você, por exemplo
Está aí com a boneca do seu lado
Linda e chiquérrima
Crente que é o amo e senhor do material

E é ai que o distinto
Está muitíssimo enganado
No mais das vezes ela anda longe
Perdida num mundo lírico e confuso

Cheio de canções, aventura e magia
E você nem sequer toca a sua alma
É, as mulheres são muito estranhas
Muito estranhas

Você que não gosta de gostar
Pra não sofrer, não sorrir e não chorar
Você vai ver um dia
Em que fria você vai entrar!

Por cima uma laje
Embaixo a escuridão
É fogo, irmão!
É fogo, irmão!

(Por cima uma laje)
(Embaixo a escuridão)
(É fogo, irmão!)
(É fogo, irrnão!)

(É fogo, irmão!)
(É fogo, irrnão!)
(É fogo, irmão!)
(É fogo, irrnão!)
(É fogo, irmão!)
(É fogo, irrnão!)
(É fogo, irmão!)



Credits
Writer(s): Antonio Pecci Filho, Marcus Vinicius Da Cruz De Mello Moraes
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