O Estrangeiro (Le méthèque)

Com a minha cara de estrangeiro, .
Judeu errante aventureiro,
Com o meu riso e a minha dor,
Com esses meus olhos descorados,
Que parecem desbotados,
E me dão ar de sonhador,
Com a minha mão de marinheiro,
Marginal e seresteiro,
Que roubou tantos jardins,
A minha boca que bebeu,
Muito beijou tanto mordeu,
Numa fome que não tem fim,

Com a minha cara de estrangeiro,
Judeu errante aventureiro,
De ladrão e vagabundo,
Com essa pele bem curtida,
Acarinhando sempre a vida,
E o sol de todo esse mundo,
O meu coracão que sofreu tanto,
Muito amou e sem espanto,
Vivia ainda a sua história,
A minha alma que sem sorte,
Não espera a minha morte,
Seu consola a sua gloria,

Com a minha cara de estrangeiro,
Judeu errante aventureiro,
E os meus cabelos pelo vento,
Vou encontrar a minha querida,
A alma irmã a fonte viva,
E celebrar esse bom tempo,
Eu vou ser príncipe valente,
Sonhador adolescente,
O que você quiser de mim,
E viveremos cada dia,
No amor senti cada alegria,
Intensamente até o fim.
E viveremos cada dia,
No amor senti cada alegria,
Intensamente até o fim.



Credits
Writer(s): Caetano Emmanuel Viana Teles Veloso
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