Ode Aos Ratos

Rato de rua, irrequieta criatura
Tribo em frenética proliferação
Lúbrico, libidinoso transeunte
Boca de estômago atrás do seu quinhão

Vão aos magotes a dar com um pau levando o terror
Do parking ao living, do shopping center ao léu
Do cano de esgoto pro topo do arranha-céu

Rato de rua, aborígene do lodo
Fuça gelada, couraça de sabão
Quase risonho, profanador de tumba
Sobrevivente à chacina e à lei do cão

Saqueador da metrópole tenaz roedor
De toda esperança, estuporador da ilusão
Ó meu semelhante, filho de Deus, meu irmão

Rato que rói a roupa
Que rói a rapa do rei do morro
Que rói a roda do carro
Que rói o carro, que rói o ferro
Que rói o barro, rói o morro
Rato que rói o rato

Ra-rato, ra-rato, roto que ri do roto
Que rói o farrapo do esfarrapado
Que mete a ripa, arranca rabo, rato ruim
Rato que rói a rosa, rói o riso da moça
E ruma rua arriba em sua rota de rato

Rato que rói a roupa
Que rói a rapa do rei do morro
Que rói a roda do carro
Que rói o carro, que rói o ferro
Que rói o barro, rói o morro
Rato que rói o rato

Ra-rato, ra-rato, roto que ri do roto
Que rói o farrapo do esfarrapado
Que mete a ripa, arranca rabo, rato ruim
Rato que rói a rosa, rói o riso da moça
E ruma rua arriba em sua rota de rato

Rato que rói a roupa
Que rói a rapa do rei do morro
Que rói a roda do carro
Que rói o carro, que rói o ferro
Que rói o barro, rói o morro
Rato que rói o rato

Ra-rato, ra-rato, roto que ri do roto
Que rói o farrapo do esfarrapado
Que mete a ripa, arranca rabo, rato ruim
Rato que rói a rosa, rói o riso da moça
E ruma rua arriba em sua rota de rato

Rato que rói a roupa
Que rói a rapa do rei do morro
Que rói



Credits
Writer(s): Eduardo G Lobo
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