Águas De Março - Ao Vivo

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol

É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o Matita Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
Um mistério profundo, é um queira, não queira

É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
Uma ave no céu, uma ave no chão
Um regato, uma fonte, um pedaço de pão

É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto, um desgosto, é um pouco sozinho

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
Uma cobra, um pau, é João, é José
Um espinho na mão, um corte no pé

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração



Credits
Writer(s): Giorgio Calabrese, Antonio Carlos Brasileiro De A Jobim
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