Jornal Cantado

O amor anda escasso de ternura
A saúde pior não há de estar
Sua mesa tá rica de fartura
A manchete do dia diz que está

Dois presuntos pintaram em Cascadura
Desovaram mais 12 no Tanguá
Quatro doces na face da candura
Oito balas na boca da babá
Escorria melado e tanajura
Pela baba da moça do Tauá

Eh, malandro, sai pra lá
Quem falou que a coisa é pura
Não sabia o que falar
Cuidado que a cana é dura e a sujeira vai pintar

Eh, malandro, sai pra lá
Quem falou que a coisa é pura
Não sabia o que falar
Cuidado que a cana é dura e a sujeira vai pintar

Inventaram a borracha da cultura
E apagaram a memória nacional
Deram um rabo de arraia na estrutura
Dança rock o país do carnaval

Olha só o que deu dessa mistura
As mulheres de terno de tergal
Os meninos na de corte e costura
As meninas jogando futebol
Ontem foi a explosão dessa loucura
Um rapaz deu à luz no Vidigal

Eh, malandro, sai pra lá
Quem falou que a coisa é pura
Não sabia o que falar
Cuidado que a cana é dura e a sujeira vai pintar

Eh, malandro, sai pra lá
Quem falou que a coisa é pura
Não sabia o que falar
Cuidado que a cana é dura e a sujeira vai pintar

Extraíram a antiga dentadura
É a mais nova notícia do jornal
Que comia voraz a rapadura
E meu povo assistia da geral



Credits
Writer(s): Paulo Cesar De Oliveira Feital, Joao Baptista Nogueira Jr.
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