O Poeta Aprendiz
O poeta aprendiz
Ele era um menino
Valente e caprino
Um pequeno infante
Sadio e grimpante
Anos tinha 10
E asinha nos pés
Com chumbo e bodoque
Era plic e ploc
O olhar verde-gaio
Parecia um raio
Para tangerina
Pião ou menina
Seu corpo moreno
Vivia correndo
Pulava no escuro
Não importa que muro
E caía exato
Como cai um gato
No diabolô
Que bom jogador
Bilboquê então
Era plim e plão
Saltava de anjo
Melhor que marmanjo
E dava o mergulho
Sem fazer barulho
Do fundo do mar
Sabia encontrar
Estrelas, ouriços
E até deixa-dissos
Às vezes nadava
Um mundo de água
E não era menino
Por nada mofino
Sendo que uma vez
Embolou com três
Sua coleção
De achados do chão
Abundava em conchas
Botões, coisas tronchas
Seixos, caramujos
Marulhantes, cujos
Colocava ao ouvido
Com ar entendido
Rolhas, espoletas
E malacachetas
Cacos coloridos
E bolas de vidro
Em gude de bilha
Era maravilha
E em bola de meia
Jogando de meia
Direita ou de ponta
Passava da conta
De tanto driblar
Amava era amar
Amava sua ama
Nos jogos de cama
Amava as criadas
Varrendo as escadas
Amava as gurias
Da rua, vadias
Amava suas primas
Levadas e opimas
Amava suas tias
De peles macias
Amava as artistas
Das cine-revistas
Amava a mulher
A mais não poder
Por isso fazia
Seu grão de poesia
E achava bonita
A palavra escrita
Por isso sofria
Da melancolia
De sonhar o poeta
Que quem sabe um dia
Poderia ser
Ele era um menino
Valente e caprino
Um pequeno infante
Sadio e grimpante
Anos tinha 10
E asinha nos pés
Com chumbo e bodoque
Era plic e ploc
O olhar verde-gaio
Parecia um raio
Para tangerina
Pião ou menina
Seu corpo moreno
Vivia correndo
Pulava no escuro
Não importa que muro
E caía exato
Como cai um gato
No diabolô
Que bom jogador
Bilboquê então
Era plim e plão
Saltava de anjo
Melhor que marmanjo
E dava o mergulho
Sem fazer barulho
Do fundo do mar
Sabia encontrar
Estrelas, ouriços
E até deixa-dissos
Às vezes nadava
Um mundo de água
E não era menino
Por nada mofino
Sendo que uma vez
Embolou com três
Sua coleção
De achados do chão
Abundava em conchas
Botões, coisas tronchas
Seixos, caramujos
Marulhantes, cujos
Colocava ao ouvido
Com ar entendido
Rolhas, espoletas
E malacachetas
Cacos coloridos
E bolas de vidro
Em gude de bilha
Era maravilha
E em bola de meia
Jogando de meia
Direita ou de ponta
Passava da conta
De tanto driblar
Amava era amar
Amava sua ama
Nos jogos de cama
Amava as criadas
Varrendo as escadas
Amava as gurias
Da rua, vadias
Amava suas primas
Levadas e opimas
Amava suas tias
De peles macias
Amava as artistas
Das cine-revistas
Amava a mulher
A mais não poder
Por isso fazia
Seu grão de poesia
E achava bonita
A palavra escrita
Por isso sofria
Da melancolia
De sonhar o poeta
Que quem sabe um dia
Poderia ser
Credits
Writer(s): Marcus Vinicius Da Cruz De M. Moraes, Antonio Pecci Filho
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