Os Canhões do Silêncio

Meu trem caminha além da linha
E eu me vejo no azulejo
No que espelha cada telha
No que fica sobre a bica
No que apuro sobre o muro
No que espio no vazio
No que deito sobre o leito
No que espalho no assoalho
No que morro sob o forro
Sou tão antigo quanto o mirante
Em que me abrigo hoje e durante
Sou o que traz a chave torta
Colhida atrás do que é sem porta
Sou o que arrasta sua alma inteira
Sobre uma vasta paz de poeira
Sou o que leva seu osso aonde
O cão da treva o morde e esconde
Sou o que atira sua impureza
De encontro à ira da carne acesa



Credits
Lyrics powered by www.musixmatch.com

Link