Enxugando Gelo

Enxugando o gelo
Sua realidade segura por um fiapo de cabelo
Apego pelo tempo, melhor não tê-lo
Segurá-lo, não quero, nem há como contê-lo

No último capítulo, vimos que nosso herói encontrar-se em maus lençóis
No momento crucial em que teve sua piada mensal fatiada
Ao realizar a manobra arriscada de manter ao mesmo tempo
Comida no prato, iluminação, água pro banho
Bom nível de informação e temperamento intacto

A seu favor, ele conta com sua quase total imunidade espiritual
Corpo e humor à prova de contas
Além de uma dose generosa de honestidade fazendo o diferencial
Contra ele, credores comedores de cabeça
Agiotas ultra magnéticos
Além de outras aves de rapina menos cotadas
De butuca, em cada esquina

Corte pra outra cena, sem anestesia
A liberdade estendida na sua frente tendo um ataque de epilepsia
Ordem para o povo, progresso pra burguesia
Tele-apatia
Nossa ação já se encontra no campo do movimento condicionado
Sorria, você está com o filme queimado

Uma vez mais sua volta será necessária
Pra ver se deixa tudo pelo menos no empate
Ou zerado
Sigo na batida, a frequência desse pensamento
Não pode ser captada com perfeição
Por um receptor enferrujado pelos padrões do dia a dia

Enxugando o gelo
Sua realidade segura por um fiapo de cabelo
Apego pelo tempo, melhor não tê-lo
Segurá-lo, não quero, nem há como contê-lo

Enxugando o gelo
Sua realidade segura por um fiapo de cabelo
Apego pelo tempo, melhor não tê-lo
Segurá-lo, não quero, nem há como contê-lo

Mudanças no eixo terrestre
Escassez de água
Peixes com 3 olhos caminham saudáveis pela baía de guanabara
Naquela fase da vida em que a conjunção tempo e dinheiro
É quase como um eclipse
Cidadãos passeiam por jardins floridos
Tendo como fundo o céu decorado por mísseis
Em queda

Subsídio da vida para o cultivo de poetas
Subsídio da mídia para o cultivo de amebas
Inseminação natural de ideias
Minha mente é como um quilombo moderno
Lugares para todos os pensamentos refugiados
Pela insensatez reinante no planeta terra

Enxugando o gelo
Sua realidade segura por um fiapo de cabelo
Apego pelo tempo, melhor não tê-lo
Segurá-lo, não quero, nem há como contê-lo

Enxugando o gelo
Sua realidade segura por um fiapo de cabelo
Apego pelo tempo, melhor não tê-lo
Segurá-lo, não quero, nem há como contê-lo



Credits
Writer(s): Bernardo Ferreira Gomes Dos Santos
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