Soneto da Separação

De repente, do riso fez-se o pranto
Um silencioso branco, como a bruma,
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez a mente
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo, o distante
Fez da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.



Credits
Writer(s): Antonio Carlos Brasileiro De Almeida Jobim, Marcus Vinicius Da Cruz De Mello Moraes
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