Sertão das Águas

Vem e me abraça
Me leva pra beira do Igarapé
Mapas escorrem das mãos
Que vão me fazer cafuné

A vida começa agora
Ilhas de mel, são rios de mel
Remansos e correnteza

Sertão das águas
O amor, quando quer, é bater e valer
Inunda os dias de sol
Pode chover se quiser

Lá no sertão, quando vem a noite chover estrelas
Pingos de luz, são gotas de luz
Teus olhos na corredeira
Sertão, veredas do Grão-Pará

Sertão, canoa das populações ribeirinhas
Que vivem dos frutos da mata
E que não podem, a floresta, ver destruída

Não venha o fogo queimar
Nem trator correr, arrastar
Pra que a vida queira pulsar e correr

Rede que embala o amor
E lambuza de tamba-tajá
Lábios com fino licor
Sede de se lambuzar

O meu pensamento voa
Chega primeiro a minha voz
Cai nos meus braços
Aperta os laços, desfaz os nós

O grito dessas pessoas
No fundo dos seringais
Devia ser escutado
Em Beléns e Manais

Corre nas veias
Remar e seguir a viagem
Viver só carece coragem
Esperança que a paz reine na floresta

Não venha o fogo queimar
Nem trator correr, arrastar
Pra que a vida queria pulsar e correr

Sertão das águas
O amor quando quer é bater e valer
Inunda os dias de sol
E pode chover se quiser

O meu pensamento vai
Chega primeiro a minha voz
Cai nos meus braços
Aperta os laços, desfaz os nós

O grito dessas pessoas
No fundo dos seringais
Precisa ser escutado
Em Beléns e Manais



Credits
Writer(s): Milton Silva Campos Nascimento, Ronaldo Bastos Ribeiro
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