Minha História

Hey, consciência

Em todo baile que eu colava
Eu sempre a via descendo no chão
As amigas sempre engravidavam
Do bonde inteiro só ela que não

Mais pra frente eu fiquei sabendo
Que de mês em mês ela ia abortar
Porque o seu lema no baile
Com suas amigas era quero te dar

Fraca das idéias pegou gonorreia
E nem ligou pra nada
Passava pra um e pra outro
E os loco dizia (ta tarada, ta tarada)

Agora ela se fudeu
Porque o seu caso virou sério
Não seguiu o conselho dos pais
Filho não tem mais ficou estéril

Mas ela não olhou pra traz não ouviu os pais
Tá com HIV
Agora com 18 anos
Toma coquetel pra sobreviver

Mc garden com a rima bolada
Te alerta meu mano vê se fica esperto
A beleza da cobra coral
Esconde o veneno que está por perto

Sua mãe fala fica em casa
Duvido que ela fica
Briga com amiga pra beijar na boca
Porque acha um cara pica

Grita um pente e nem sabe
Ao menos o que significa
Aqui é garden que mandou na rima
Então se liga o mano é zika

Ta ligado rapaziada
Seu eu mando sentar essa porra estoura
Mas ae nós é funk, rap
Sem preconceito

Usa mais a consciência
Usa mais a cabeça de cima
E usa menos a de baixo entendeu?

Não pensava no que fazia
Sua vida era vazia
Se conselho fosse bom
Não se dava, então se vendia

Curtição na mente dela
Essa era a visão
Joga tudo pro alto
E partia lá pro pancadão

Onde ela chegava
De tudo um pouco usava
Pra tirar da cabeça os problemas
Que ela mesma arrumava

Namoro sério, esquece com aquela ali
Saiu com vários caras, tem que prevenir
E na quebrada a má fama já tá garantida
É difícil encontrar o pai se ela engravida

Zé Povinho comenta
A família lamenta
As amiga se ausenta
E quando ela senta

E quando o B.O estourar
Vai estourar pra quem em?
Se a casa cair pra levantar a de alguém
Será é a pergunta que não quer calar

Tenho certeza que geral vai abandonar
Deu overdose na mina e dessa ela não sai
Os bico comenta que a culpa
É da mãe e do pai

Como sempre a corda arrebenta
Pro lado errado
Ninguém sabe o tamanho e o peso
Desse fardo

Que encarregaram pra tirar
A mina das erradas
Xingados, humilhados vendo ela descontrolada
Ela tem 16 fazia 4 mês que tava nessa

E essa era a ultima vez
Óbito a 0 horas muito sofrimento
Dias, meses, anos vai levar tempo
Pra esquecer, não, pra apagar, ta

O máximo que pode acontecer é aliviar
E a certeza de que nada disso vale
Em uma semana, os seus amigos
Já vão estar no baile

E quem se foi dançou mais cedo
Viver é tão simples descubra
Que não tem segredo
Deixe o medo pra trás eu quero é mais

Injustiça trás vingança
E vingança não trás paz
Não trás paz



Credits
Writer(s): Diogo Correa Baptista, Thiago Correa Baptista
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