Quatro Coiotes

Quatro coiotes no quarto de dormir vigiam sua inocência
O mar tem um cheiro forte, lá longe, ao norte, estrelas cadentes
Frias estrelas cometem tais crimes
Sua inocência é minha

O sono é leve para os animais do deserto
Os caminhantes noturnos
Os andarilhos nômades
O pequeno pássaro retorna ao ninho das cobras
Serpenteiam frios suores
Provocando arrepios de medo e prazer

As dunas de um deserto de loucura e de pavor
Andando, os pés em brasa pela cauda do dragão
As duas da manhã a lua uiva de paixão
E nuas odaliscas me declaram seu amor

A brisa não é nada
Os gritos estão longe, os garotos na praia
E a areia penetra em cada fresta nos olhos
Ouço um choro de criança

As ruas da cidade são canais de pedra e pó
Venezas afundando em oceanos de cerveja
Belezas flutuando ao ritmo lento das marés
Milhares de mulheres, ócio e ópio nos cafés...



Credits
Writer(s): Luiz Pereira, Paulo Ricardo Rodrigues Alves, Fernando Vasques
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