Seamar

Velho, feio, chato esquecido em algum quarto
Testemunha de um tempo já datado
Vem dizer pra mim
Vem dizer pra mim

Eu quero que você entre no carro ao meu lado
E dirija até o último centavo
Eu apenas ri
Eu apenas ri

Escuta a palavra de um velho miserável
Já vivi mais anos que o teu escárnio
Não desdenha assim
Não desdenha assim

Então entrei no carro com o velho ao meu lado
No painel restava apenas uns trocados
Era tudo enfim
Era tudo enfim

O velho carregava uma garrafa de cachaça
Na garrafa uma memória quase abstrata
Algo que vivi
Me lembrei ali

Segredos disfarçados
Em papéis trocados
A lembrança como tons desafinados
Eu ajuste em mim
Eu ajuste em mim

Então aos poucos reconheço a autoestrada
Desconheço o caminho ou a parada
Sei que topo sim
Sei que topo sim

Não obstante ao universo que temos aqui
Nem tão distante de onde queremos chegar
O velho com o dedo em riste
O carro em velocidade
Se a montanha insiste
Se a montanha existe
Iremos a qualquer lugar
Não tem mais como voltar
Algo pra chamar de lar
O que nos resto é o mar
E só

Mar, seamar, seamar, seamar, seamar
Esperar, reclamar, consertar e quebrar alto lá
Land, sea, tree, free as a bird como um automóvel
Nada em desertos dispersos tal qual bem-te-vi
Vazios complexos espessos espelhos de ti

Logo reencontro a chama do cigarro
O odor do velho tão insuportável
Reconheço em mim
Reconheço em mim

A arquitetura ágil do cenário
Tua dicção como se fosse claro
Se entender em mim
Conviver feliz
Ou dizer assim
Ou dizer enfim

Não obstante ao discurso que temos aqui
Nem tão distante de onde queremos chegar
O céu desbotado e triste
O velho sem velocidade
Se a montanha em riste
Até a montanha persiste
Fixe em qualquer lugar
Mas só não tente voltar
Sem alguém pra chamar de lar
E fim



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