A Cidade

A cidade não para
A cidade só cresce
No ínicio dos anos 90, Francisco França falou

O sol nasce e ilumina as pedras evoluídas
Que cresceram com a força de pedreiros suicidas
Cavaleiros circulam vigiando as pessoas
Não importa se são ruins, nem importa se são boas

E nem importa se são boas

E a cidade se apresenta centro das ambições
Para mendigos ou ricos, e outras armações
Coletivos, automóveis, motos e metrôs
Trabalhadores, patrões, políciais, camelôs

A cidade não para
A cidade só cresce
O de cima sobe
E o debaixo desce

A cidade se encontra prostituída
Por aqueles que a usaram em busca de saída
Ilusora de pessoas de outros lugares
A cidade e sua fama vai além dos mares

No meio da esperteza internacional
A cidade até que não está tão mal
E a situação sempre mais ou menos
Sempre uns com mais e outros com menos

A cidade não para
A cidade só cresce
O de cima sobe
E o debaixo desce

A cidade não para
A cidade só cresce
O de cima sobe
E o debaixo desce

Eu vou fazer uma embolada, um samba
Um samba, um maracatu
Tudo bem, tudo bem, tudo bem envenenado
Bom pra mim e bom pra tu

Pra gente sair da lama e enfrentar
Da lama e enfrentar os urubus
Pra gente sair da lama e enfrentar
Da lama e enfrentar os urubus

Pra gente sair, sair da lama e enfrentar
E enfrentar os urubus
Pra gente sair, pra gente sair, sair da lama e enfrentar
Da lama e enfrentar os urubus

Pra gente sair da lama e enfrentar os urubus

Num dia de sol, Recife acordou
Com a mesma fedentina do dia anterior

Num dia de sol, Recife acordou
Com a mesma fedentina do dia anterior
Do dia anterior



Credits
Writer(s): Chico Science
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