Vida de Peão

Bueno, vou largando companheiro!
Pra onde?
Pra cidade!
Mas fazer o que?
Converseira e beber cana!
Fui!

Com minha mala no ombro, chapéu de aba tapeada
Um pañuelo colorado e o pala da cor da geada
Quando o sol mostra o fucinho entre os ramos da canhada
Eu já tô com as troxa pronta esperando na parada
Eu já tô com as trouxa pronta esperando na parada

A embarcação barulhenta se arrasta batendo lata
Levo lembranças amigas recuerdo, saludo e plata
Esta noite eu perco a doma e arrasto as alpargatas
Lá no rancho do Abrelino, nos braços de uma mulata
Lá no rancho do Abrelino, nos braços de uma mulata

De vez em quando quando posso
Dou uma voltita no povo
Tiro uns três ou quatro dias
De retoço com as guria
E volto pra estância de novo

De vez em quando quando posso
Dou uma voltita no povo
Tiro uns três ou quatro dias
De retoço com as guria
E volto pra estância de novo

Já paguei conta atrasada, sempre fui um bom pagador
E na rua do chapéu posei enredado de amor
Comprei um par de bota nova e um pala bueno de fato
E domingo gastei uns trago (aí, só!)
Com as moça do maragato (mas tu tá louco?)

Segunda-feira bem cedo me acordo louco de pena
De não ter guardado um quilo dos carinhos da morena
Volto à estância novamente, pois esta vida é um confronto
Rebentando aspa de boi, estrompando égua dos encontro
Rebentando aspa de boi, estrompando égua dos encontro

De vez em quando quando posso
Dou uma voltita no povo
Tiro uns três ou quatro dias
De retoço com as guria
E volto pra estância de novo

De vez em quando quando posso
Dou uma voltita no povo
Tiro uns três ou quatro dias
De retoço com as guria
E volto pra estância de novo

Uh, pa, pa, pa!



Credits
Writer(s): Enio Pereira De Medeiros, Rogerio Andrade Vijagran
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