A História do Incêndio do Jequitibá de Carangola
Um dia, chegaram nos homens
Procurando árvores pra cortar
Cortaram e levavam pra vender
Cortaram e levavam pra vender
Encontraram o Jequitibá de Carangola
Mas não cortaram, sabe por quê?
O tronco era muito grosso
Eles não tinham serra daquele tamanho
E mesmo que pudessem cortar
Não teriam força pra carregar
Até pra os cortadores de árvores, o Jequitibá era gigante
Até pra os cortadores de árvores, o Jequitibá era gigante
Cortaram toda a mata em volta
Só o gigante escapou
Passou um tempo, Carangola cresceu e o gigante cresceu mais ainda
Ficou famoso, muita gente veio ver
Olhavam pra ele, tiravam fotografias
Faziam poesias, brincavam perto dele
Abraçavam o seu tronco
Eram amigos do gigante
Olhavam pra ele, tiravam fotografias
Faziam poesias, brincavam perto dele
Abraçavam o seu tronco
Eram amigos do gigante
E até cuidaram dele, quando um dia, um galho caiu
Era um galho enorme, ficava lá no alto
Com as lesmas gigantes que moravam no Jequitibá
Comeram uma parte da madeira
E com um tempo
O galho quebrou e caiu, bléw
A terra tremeu
Arrancou um pedaço da casca e deixou um buraco no tronco
Os amigos vieram, montaram uma espécie de escada de ferro bem alta
E o professor de Biologia subiu até o buraco e fez o curativo
Passou uma espécie de tinta azul pra madeira não apodrecer
Foi bom, deu certo
Foi bom, uh-uh
Olhavam pra ele, tiravam fotografias
Faziam poesias, brincavam perto dele
Abraçavam o seu tronco
Eram amigos do gigante
Dum-dum-dum-dum
Dum-dum-dum-dum
Mas o gigante tinha um inimigo
Um inimigo mortal
E um dia, sexta-feira
Esse inimigo mortal foi até o Jequitibá
Jogou gasolina e pôs fogo
Pôs fogo e fugiu
Começou um incêndio como nunca se viu
Um incêndio numa árvore só
Um incêndio numa árvore só
A mata em volta intacta
Só o Jequitibá queimando
A mata em volta intacta
Só o Jequitibá queimando
Por sorte, naquele dia de azar
Um amigo tinha ido visitar o Jequitibá, e viu fogo
Voltou correndo, avisou os amigos
Vieram todos, imediatamente
O fogo era enorme, o rio era longe
Apagar como?
Pegaram trator, jogaram terra no tronco
Terra pra abafar o fogo
Abafaram a chamas, mas o fogo virou brasa
Mas a brasa foi queimando o tronco por dentro
Queimando e subindo, queimando e subindo o tronco por dentro
A árvore estalava, soltava fumaça, parecia uma chaminé
Era muito grave, precisavam de ajuda
Chamaram bombeiros, Polícia Florestal, jornal, televisão e começou
A luta da água contra o fogo
Os homens vierem com o caminhão
Pipa, pipa
Enchia o caminhão do rio Carangola
Subiam a estradinha até o Jequitibá
Esguichavam, esguichavam o dia inteiro sem parar
Dez caminhões de água por dia
Esguichando de manhã até de noite
Três dias sem parar
E o fogo não apagava
O tempo que o caminhão levava para ir até o rio e voltar
O fogo já tinha crescido tudo de novo
E pra piorar, começou a chover
A chuva não apagava o fogo
Mas a estrada virou lama
E o caminhão não conseguia mais subir
Os homens entristeceram
O fogo ia vencer
O Jequitibá ia queimar até morrer
Os homens entristeceram
O fogo ia vencer
O Jequitibá ia queimar até morrer
Quem espera, sempre alcança
Três vezes salve a esperança
Porque a chuva de repente parou
E os homens com a serra, abriam a janela e entraram no tronco
Dentro do tronco era quente como um forno, caia um pedaço de madeira
E o homem segurava uma mangueira apontada para o alto
Jogando água no coração do fogo
Jogando água no coração do fogo
Esguichando de manhã até de noite, três dias sem parar
Até que o fogo finalmente, apagou
Os amigos ficaram de boca aberta
O fogo tinha feito uma caverna
Cabiam oito homens dentro do tronco
Era uma caverna com paredes de carvão
Talvez quebrasse como um vento?
Talvez a seiva não pudesse mais subir?
Talvez o Jequitibá não fosse resistir
E os amigos inconformados perguntavam: Por quê? Por quê?
Por causa do gigante
O homem do mal com a arma de fogo
Lutou com os homens do bem e suas espadas de água
O fogo morreu, talvez o gigante também
O fogo morreu, talvez o gigante também
Procurando árvores pra cortar
Cortaram e levavam pra vender
Cortaram e levavam pra vender
Encontraram o Jequitibá de Carangola
Mas não cortaram, sabe por quê?
O tronco era muito grosso
Eles não tinham serra daquele tamanho
E mesmo que pudessem cortar
Não teriam força pra carregar
Até pra os cortadores de árvores, o Jequitibá era gigante
Até pra os cortadores de árvores, o Jequitibá era gigante
Cortaram toda a mata em volta
Só o gigante escapou
Passou um tempo, Carangola cresceu e o gigante cresceu mais ainda
Ficou famoso, muita gente veio ver
Olhavam pra ele, tiravam fotografias
Faziam poesias, brincavam perto dele
Abraçavam o seu tronco
Eram amigos do gigante
Olhavam pra ele, tiravam fotografias
Faziam poesias, brincavam perto dele
Abraçavam o seu tronco
Eram amigos do gigante
E até cuidaram dele, quando um dia, um galho caiu
Era um galho enorme, ficava lá no alto
Com as lesmas gigantes que moravam no Jequitibá
Comeram uma parte da madeira
E com um tempo
O galho quebrou e caiu, bléw
A terra tremeu
Arrancou um pedaço da casca e deixou um buraco no tronco
Os amigos vieram, montaram uma espécie de escada de ferro bem alta
E o professor de Biologia subiu até o buraco e fez o curativo
Passou uma espécie de tinta azul pra madeira não apodrecer
Foi bom, deu certo
Foi bom, uh-uh
Olhavam pra ele, tiravam fotografias
Faziam poesias, brincavam perto dele
Abraçavam o seu tronco
Eram amigos do gigante
Dum-dum-dum-dum
Dum-dum-dum-dum
Mas o gigante tinha um inimigo
Um inimigo mortal
E um dia, sexta-feira
Esse inimigo mortal foi até o Jequitibá
Jogou gasolina e pôs fogo
Pôs fogo e fugiu
Começou um incêndio como nunca se viu
Um incêndio numa árvore só
Um incêndio numa árvore só
A mata em volta intacta
Só o Jequitibá queimando
A mata em volta intacta
Só o Jequitibá queimando
Por sorte, naquele dia de azar
Um amigo tinha ido visitar o Jequitibá, e viu fogo
Voltou correndo, avisou os amigos
Vieram todos, imediatamente
O fogo era enorme, o rio era longe
Apagar como?
Pegaram trator, jogaram terra no tronco
Terra pra abafar o fogo
Abafaram a chamas, mas o fogo virou brasa
Mas a brasa foi queimando o tronco por dentro
Queimando e subindo, queimando e subindo o tronco por dentro
A árvore estalava, soltava fumaça, parecia uma chaminé
Era muito grave, precisavam de ajuda
Chamaram bombeiros, Polícia Florestal, jornal, televisão e começou
A luta da água contra o fogo
Os homens vierem com o caminhão
Pipa, pipa
Enchia o caminhão do rio Carangola
Subiam a estradinha até o Jequitibá
Esguichavam, esguichavam o dia inteiro sem parar
Dez caminhões de água por dia
Esguichando de manhã até de noite
Três dias sem parar
E o fogo não apagava
O tempo que o caminhão levava para ir até o rio e voltar
O fogo já tinha crescido tudo de novo
E pra piorar, começou a chover
A chuva não apagava o fogo
Mas a estrada virou lama
E o caminhão não conseguia mais subir
Os homens entristeceram
O fogo ia vencer
O Jequitibá ia queimar até morrer
Os homens entristeceram
O fogo ia vencer
O Jequitibá ia queimar até morrer
Quem espera, sempre alcança
Três vezes salve a esperança
Porque a chuva de repente parou
E os homens com a serra, abriam a janela e entraram no tronco
Dentro do tronco era quente como um forno, caia um pedaço de madeira
E o homem segurava uma mangueira apontada para o alto
Jogando água no coração do fogo
Jogando água no coração do fogo
Esguichando de manhã até de noite, três dias sem parar
Até que o fogo finalmente, apagou
Os amigos ficaram de boca aberta
O fogo tinha feito uma caverna
Cabiam oito homens dentro do tronco
Era uma caverna com paredes de carvão
Talvez quebrasse como um vento?
Talvez a seiva não pudesse mais subir?
Talvez o Jequitibá não fosse resistir
E os amigos inconformados perguntavam: Por quê? Por quê?
Por causa do gigante
O homem do mal com a arma de fogo
Lutou com os homens do bem e suas espadas de água
O fogo morreu, talvez o gigante também
O fogo morreu, talvez o gigante também
Credits
Writer(s): Helio Celso Ziskind
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