Mal de Raiz

Seu amor, quando nasceu,
na garganta a voz fechou.
Nem casca de aroeira resolveu
e o amor infeccionou.
Seu amor, quando chegou,
a pressão logo subiu.
Nem chá de graviola, não baixou,
nem mais o amor saiu.
Tive febre, tomei losna, hortelã,
fiz emplastro e nada adiantou.
Fiz compressa, cataplasma, quinino,
Que nada! Era febre de amor!
Seu amor, quando bateu (quando bateu),
foi que nem pedra no rim.
Nem chá de quebra-pedra me valeu,
nem esse amor tem fim.
Seu amor, quando pegou (quando pegou),
foi que nem doença ruim.
Nem mel, leite, agrião, nem mesmo
a dor leva esse amor de mim.
Me queimei, botei babosa, batata,
manteiga, azeite, não passou.
Fiz unguento, fiz pomada, que nada,
queimada era fogo de amor.
Seu amor, quando doeu (quando doeu),
foi o bicho que ferrou.
Nem com fumo de rolo protegeu
o vírus desse amor.
Seu amor, quando acabou,
o meu peito adoeceu.
Nem catuaba em casca me salvou
depois que o amor morreu.



Credits
Writer(s): Paulo Cesar Francisco Pinheiro, Milton Lima Dos Santos Filho
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