Reis de São Paulo

Eu não sou rei e ele disse antes de cair
Eu não sou rei e eu não sou por um triz
Ontem eu conheci uns caras de São Paulo
Que pensam que podem me tratar como se fossem um

Eu quero ver aquilo que você disse que viu
Eu quero ver qual é a cor do sul do Brasil
Uma brisa de amor para os olhos de quem
Passou a vida inteira apontada pro vazio

Eles sobrem depressa ao 215
Dizendo isso e aquilo, esbugalhados em esfinges
Viciados, discípulos de Hades
Os seus pais saem com garotas da nossa idade

Descalços serão os seus pés queimam no asfalto
Réus de um julgamento complacente e secundário
Você ama as cervejas e os clichês
Não tenha medo e não se arrependa
Mascarado ou não, não deixe cair a prenda

Vamos embora antes que os reis cheguem aqui
Vamos embora antes que os reis cheguem aqui
Vamos embora antes das três
A minha pele está tão negra quanto a noite manda

Riscos e sovas, disse o burguês
Por favor, vamos embora antes que o sol se ponha
A minha pele está tão negra quanto a noite manda
A minha pele está tão negra quanto a noite

Se o passado viesse em acordes menores
Me atingir com um tapa em acordes menores
Se o passado viesse em acordes menores
Me atingir com um tapa em acordes menores

Se o passado viesse em acordes menores
Me atingir com um tapa em acordes menores
Se o passado viesse em acordes menores
Me atingir com um tapa

Não há noite em São Paulo
Apenas meninas e mentiras com o devido cálculo

Perdido em revés com o mundo aos seus pés
Girando a chave de um convés
Você está em São Paulo, em São Paulo
Em São Paulo, em São Paulo



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