Tudo que sou

Nada de ser mais ou menos
Eu sou sempre tudo que sou
Não sou de pegar sereno
Eu me molho é na chuva de amor
Quando vou e quando venho
Me pego com nosso Senhor
Mas no terreiro também tenho
Um santo como protetor

É preciso viver
Pra saber separar
O que é que se pode dizer
Do que é preciso calar
O que é sempre comum
Do que nunca vai se misturar
Qual a prata de Oxum e qual é a de Iemanjá

Tem sempre a hora
Da gente ter aonde ir
Ou cair fora
Sem ninguém pedir

Quem sabe de si não demora
E só fica onde tem de ficar
Se eu tô aqui te agora
É porque ninguém quis me levar

É preciso unir
Pra saber separar
O que é que se pode medir
Do que é preciso pesar
O que é sempre o que é
Do que nunca vai se revelar
Qual a concha da fé
E qual é que não dá pra rezar



Credits
Writer(s): Antonio Carlos Nascimento Pinto, Toninho Geraes
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