Centrifuga

Se volta pra si, é expulso
O futuro chama pra sentir o pulso
Há uma roda junto com o mundo
Numa ciranda de fatos
Ou distribui beleza
Ou espalha estilhaços de ego por onde vai

Do inverno na caverna do eu
Palavras são ventania fria
De repente algo lá dentro nos repele
Nos arremeça pras paredes de nós mesmos
Gira forte pra fora da pele
Porque quando é pro centro a fuga
A vida vem e centrifuga

Conflitos acumulados
Precisam ser resolvidos
Jogados dentro da gente
Precisam ser recolhidos
Espalhados pela vida
Precisam ser dissolvidos
Alguns vão lamentar
s vão ficar encolhidos

E pelas outras etapas
Da grande lavagem bruta
Tudo na gente passa uma revolução absoluta
Furiosamente girando
Se reciclando por dentro
Lágrimas já enxaguaram
Enxugaram o veneno
Restou o espírito seco
Pra etender lá no muro
Sob o sol da realidade que brilha frio e duro

Mas durante o processo
Se afogando em águas turvas
Procurando recesso
Pra fugir daquelas curvas
Feitas a mil por hora sem sair do lugar
Epalhando partículas do mundo particular
Se é pro centro a fuga
A vida vem e vai centrifugar, centrifugar, centrifugar

Corpo adentro
Eu tô erguendo a masmorra
Pra que eu jamais te perca
Pra que você não suma
Se a gravidade some
O vazio de suga
Deixa a alma velejar
Se é pras bordas a fuga
É a vida querendo centrifugar

Conflitos acumulados
Precisam ser resolvidos
Jogados dentro da gente
Precisam ser recolhidos
Espalhados pela vida
Precisam ser dissolvidos
Alguns vão lamentar
s vão ficar encolhidos

Corpo adentro
Eu tô erguendo a masmorra
Pra que eu jamais te perca
Pra que você não suma
Se a gravidade some
O vazio de suga
Deixa a alma velejar
É a vida querendo centrifugar



Credits
Writer(s): Adam Aguiar Matschulat
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