Marvada Pinga

Com a marvada pinga
É que eu me atrapaio
Eu entro na venda e já dou meu taio
Pego no copo e dali num saio
Ali memo eu bebo, ali memo eu caio
Só pra carregar é que eu dô trabaio

Venho da cidade e já venho cantando
Trago um garrafão que venho chupando
Venho pros caminho, venho trupicando
Chfrando os barranco, venho cambetiando
E no lugar que eu caio, já fico roncando

O marido me disse, ele me falo: Largue de beber, peço por favô
Prosa de homem nunca dei valô
Bebo com o sor quente pra esfriar o calô
E bebo de noite é pá fazê suadô

Cada vez que eu caio, caio deferente
Meaço pá trás e caio pá frente
Caio devagar, caio de repente
Vô de corrupio, vô deretamente
Mas sendo de pinga, eu caio contente

Pego o garrafão e já balanceio que é pá mor de vê se tá mesmo cheio
Num bebo de vez porque acho feio
No primeiro gorpe chego inté no meio
No segundo trago é que eu desvazeio

Eu bebo da pinga porque gosto dela
Eu bebo da branca, bebo da amarela
Bebo nos copo, bebo na tigela
E bebo temperada com cravo e canela
Seja quarqué tempo, vai pinga na guela
Ê marvada pinga!

Eu fui numa festa no Rio Tietê
Eu lá fui chegando no amanhecer
Já me dero pinga pra mim bebê
Já me dero pinga pra mim bebê e tava sem fervê

Eu bebi demais e fiquei mamada
Eu cai no chão e fiquei deitada
Aí eu fui pra casa de braço dado
Ai, de braço dado é com dois sordado
Ai, muito obrigado!



Credits
Writer(s): Luiz Mario De Abreu E Freitas, Cristiano Lemos Machado, Marco Aurelio De Abreu E Freitas
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