Velhas Brancas

Na tarde quente onde as velhas brancas cheiram a talco
Sonham meninas com falsos reis e quebram o salto
Pula sarjeta, pede gorjeta um magro menino
Toma uma Coca e o padre toca outra vez o sino

A tarde segue, seguem turistas no mesmo passo
A rua corre, corre a cidade num só compasso
Verte cerveja de alguma mesa, abre a sinaleira
E dorme um homem, de sono ou fome numa cadeira

Um gordo sacode a pança, carregando uma criança
Homens trabalham suados, rindo com olhos esbugalhados

Um gordo sacode a pança, carregando uma criança
Homens trabalham suados, rindo com olhos esbugalhados

E num suplício alguém faz comício e promete tudo
Crê nas promessas e um velho bobo come um cascudo
Sonham com fama, mijam na grama, fazem sucesso
Roubam chicletes, novos pivetes em seu progresso

Um gordo sacode a pança, carregando uma criança
Homens trabalham suados, rindo com olhos esbugalhados

Um gordo sacode a pança, carregando uma criança
Homens trabalham suados, rindo com olhos esbugalhados

Um gordo sacode a pança, carregando uma criança
Homens trabalham suados, rindo com olhos esbugalhados

Um gordo sacode a pança, carregando uma criança
Homens trabalham suados, rindo com olhos esbugalhados
Homens trabalham suados, rindo com olhos esbugalhados
Homens trabalham suados, rindo com olhos esbugalhados



Credits
Writer(s): Mario Barbara Dornelles
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