Chove Na Capital

Sei o poder das canções e o sentido das revoluções
Sei de tudo o que posso e do que podemos fazer
Estou nesta estrada, resolvendo umas "parada"
Junto com os meus "irmão", o jogo, a espada e o refrão
São os anos de andança, buscando o beijo da mudança
Tentando juntar uns "troco", roubando o santo do pau-oco
Na santa paz de deus, deixa rolar tudo que der, mané
É tormenta boa pra fazer rima com fé
Sacando a situação, minha véia, dá pra ver que não tá legal
Deixa vir o aguaceiro, que desabe o temporal

Chove na capital

Daí me compliquei, o santo véio me benzeu e disse:
— Não desista, meu filho, deixa rolar, não fique triste
O dragão me gritou no ouvido que a chama vai se apagar
Ô, moça do cabelo bonito, vem pr'essa roda, vem dançar
O sopapo que toca na cabeça, embala o jogo da viração
É o preto, o branco e o cinza
Mesclados no meio desta canção
Me prepara a sobremesa que hoje eu quero ser feliz
"Tamos" na batalha, o sangue e a navalha no coração do país
Sacando a situação, minha véia, dá pra ver que não tá legal
Deixa vir o aguaceiro, que desabe o temporal
(Deixa a água cair, deixa)

Chove na capital

O impossível é o que não se fez
E depende do gosto do freguês
A descrença é uma desgraça
E a fé uma graça que não vem de graça
Afinal quem quer fazer, ver o cozido ferver?
Será que temos algum defeito e ninguém sabe por quê?
Não fazemos nada direito
Ou tudo é o medo da mutação?
Medo da dança, misturança,
Tudo que causa incomodação
Baixa mais uma cachaça
E depois me traz um café
Tenho medo de ir pra casa
E não ter mais achego da "muié"
Sacando a situação, minha véia,
Dá pra ver que não tá legal
Deixa vir o aguaceiro,
Que desabe o temporal
(Deixa a água cair, deixa, deixa)

Chove na capital

Deixa vir, deixa vir
Deixa a água cair
O dilúvio faz sumir

Deixa vir, deixa vir
Deixa a água cair
O dilúvio faz sumir

Deixa vir, deixa vir
Deixa a água cair
O dilúvio faz sumir

Deixa vir, deixa vir
Deixa



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