Romance no Deserto (Romance in Durango) - Ao Vivo

Eu tenho a boca que arde como o sol
O rosto e a cabeça quente
Com Madalena, vou-me embora
E agora ninguém vai pegar a gente

Dei minha viola um pedaço de pão
Um esconderijo e uma aguardente
Mas um dia eu arranjo outra viola
E na viagem vou cantar pra Madalena

Não chore, não, querida, esse deserto finda
Tudo aconteceu e eu nem me lembro
Me abraça, minha vida, me leva em teu cavalo
Que logo no paraíso estaremos

Vejo cidades fantasmas e ruínas
À noite escuto o seu lamento
São pesadelos e aves de rapina
No sol vermelho do meu pensamento

Será que eu dei um tiro no cara da cantina?
Será que eu mesmo acertei seu peito?
Vamos voando, minha Madalena
O que passou, passou, não tem mais jeito

Naquela sombra vou armar a minha rede
E olhar os solitários viajantes
Beber, cantar e matar a minha sede
Lá longe onde tudo é verdejante

Não chore, não, querida, esse deserto finda
Tudo aconteceu e eu nem me lembro
Me abraça, minha vida, me leva em teu cavalo
E logo no paraíso estaremos

O padre vai rezar uma prece tão antiga
Domingo na capela da fazenda
Brinco de ouro e botas coloridas
Nós dois aprisionados nesta lenda

Ouço um trovão e penso que é um tiro
A noite escura me condena
Não sei se vivo, morro ou deliro
Depressa, pegue a arma, Madalena

Tem uma luz por trás daquela serra
Mira mas não erra, minha pequena
A noite é longa e é tanta terra
Poderemos estar mortos noutra cena

Não chore, não, querida, esse deserto finda
Tudo aconteceu e eu nem me lembro
Me abraça, minha vida, me leva em teu cavalo
E logo no paraíso estaremos

Não chore, não, querida, esse deserto finda
Tudo aconteceu e eu nem me lembro
Me abraça, minha vida, me leva em teu cavalo
Que logo no paraíso estaremos

Poderemos estar mortos noutra cena



Credits
Writer(s): Bob Dylan, Jacques Levy
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