Manguetown

Tô enfiado na lama
É um bairro sujo
Onde os urubus têm casas
E eu não tenho asas

Mas estou aqui, em minha casa
Onde os urubus têm asas
Vou pintando, segurando a parede no mangue do meu quintal
Manguetown

Andando por entre os becos, andando em coletivos
Ninguém foge ao cheiro sujo da lama da Manguetown
Andando por entre os becos, andando em coletivos
Ninguém foge à vida suja dos dias da Manguetown

Esta noite sairei
Vou beber com os meus amigos
E com as asas que os urubus me deram ao dia
Eu voarei por toda a periferia

Vou sonhando com a mulher que talvez eu possa encontrar
E ela também vai andar
Na lama do meu quintal
Manguetown

Andando por entre os becos, andando em coletivos
Ninguém foge ao cheiro sujo da lama da Manguetown
Andando por entre os becos, andando em coletivos
Ninguém foge à vida suja dos dias da Manguetown

Andando por entre os becos, andando em coletivos
Ninguém foge ao cheiro sujo da lama da Manguetown
Andando por entre os becos, andando em coletivos
Ninguém foge à vida suja dos dias da Manguetown

Fui no mangue catar lixo
Pegar caranguejo, conversar com urubu
Fui no mangue catar lixo
Pegar caranguejo, conversar com urubu

Fui no mangue catar lixo
Pegar caranguejo, conversar com urubu
Fui no mangue catar lixo
Pegar caranguejo, conversar com urubu



Credits
Writer(s): Chico Science, Lucio Jose Maia De Oliveira, Alexandre Salgues Maranhao Costa
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