Da Mãe

Escrever para a mãe
Como quem escreve para o início
Para a origem do primeiro sopro
Para as carnes que me envolveram

Em meu corpo pleno de plasma
Escudo, cama e o teto
Quando tudo era de cristal
Mulher de ferro derretida em fogo

Lava cuspida em dor e cor
Estaticamente parada de pé
Escorrega e espera-me
Que um vulto passe e lhe toque

Sua pele metálica e macia
Rígido olhar de procuras
Mordida de átomos
Alquímicas e nuas

Suas duras paixões
Movimentos quebraram
Dunas e arestas do estômago
Que a mim tão bem me cabiam

Escrever para a mãe
Como quem escreve para o início
Para a origem do primeiro sopro
Para as carnes que me envolveram

Em meu corpo pleno de plasma
Escudo, cama e o teto
Quando tudo era de cristal
Mulher de ferro derretida em fogo

Lava cuspida em dor e cor
Estaticamente parada de pé
Escorrega e espera-me
Que um vulto passe e lhe toque

Sua pele metálica e macia
Rígido olhar de procuras
Mordida de átomos
Alquímicas e nuas

Suas duras paixões
Movimentos quebraram
Dunas e arestas do estômago
Que a mim tão bem me cabiam

Escrever para mãe, para mãe, para mãe
Para mãe, para mãe, para mãe, para mãe



Credits
Writer(s): Jose Ramalho Neto, Francisco Caninde Guedes Cavalcante
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