Luar do Sertão

Não há, ó, gente, ó, não
Luar como esse do sertão
Não há, ó, gente, ó, não
Luar como esse do sertão

Ó, que saudade do luar da minha terra
Lá na serra branquejando, folhas secas pelo chão
Esse luar lá da cidade tão escuro
Não tem aquela saudade do luar lá do sertão

Se a lua nasce por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata, prateando a solidão
E a gente pega na viola que ponteia
E a canção e a lua cheia nos nascer do coração

Não há, ó, gente, ó, não
Luar como esse do sertão
Não há, ó, gente, ó, não
Luar como esse do sertão

Coisa mais bela neste mundo não existe
Do que ouvir o galo triste, no sertão se faz luar
Parece até que a alma da lua é quem diz: Canta
Escondida na garganta desse galo a soluçar

Ah, quem me dera eu morresse lá na serra
Abraçado à minha terra e dormindo de uma vez
Ser enterrado numa grota pequenina
Onde à tarde, a sururina chora a sua viuvez

Não há, ó, gente, ó, não
Luar como esse do sertão
Não há, ó, gente, ó, não
Luar como esse do sertão

Não há, ó, gente, ó, não
Luar como esse do sertão
Não há, ó, gente, ó, não
Luar como esse do sertão



Credits
Writer(s): Catulo Da Paixao Cearense
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