Poema Dos Olhos da Amada

Paulinho Soledade é uma figura maravilhosa
Um dia, ele chegou na minha casa e disse
Ai, poeta, eu fiz uma coisa
Que eu não sei se eu devia fazer
Eu disse: O que que foi Paulinho?

Ele disse: Eu musiquei um poema seu
Eu digo: É meu filho?
Ele disse: É

Ele disse
Eu musiquei o Poema dos Olhos da Amada
Aí eu digo pra ele: Então, cante lá
E ele me cantou e eu achei tão lindo

Ó minha amada, que olhos os teus
São cais noturnos cheios de adeus
São docas mansas trilhando luzes
Que brilham longe, longe dos breus

Ó, minha amada, que olhos os teus
Quanto mistério nos olhos teus
Quantos saveiros, quantos navios
Quantos naufrágios nos olhos teus

Ó, minha amada, de olhos ateus
Quem dera um dia quisesse Deus
Eu visse um dia o olhar mendigo da poesia
Nos olhos teus

Ó, minha amada, que olhos os teus



Credits
Writer(s): Vinicius De Moraes
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