O Que Me Faz Bem

Eu continuo a viver de forma justa
E o meu redor regista
O meu suor ofusca um alpinista
Que pensa que é feliz sendo egoísta
Um triste, um idiota
Que quer tapar à vista um barrista não patriota
Não sabe o que ser amado
Não passa de um ser amargo
Meu bairro é o Pilar que não largo, sou Saramago
Aqui não há cabeça que não conheça
Que a ideia da fuga não prevaleça
E eu permaneça onde eu sou mago
E que se eu bazar que parta sem rancor e sem remorso
E que leve o amor para meu reforço
A minha siamesa se a coisa se atar
Porque eu não vi um três, eu vi um dois, eu vi um par
Se apareço em alum lugar, a alegria tem endereço
É onde há interesse de amar, e não amar por interesse
O guito é só adereço
E o preço da felicidade é um mito
Para mim está na cumplicidade
Com um beat que me põe surpreso
Só faltam palavras novas pra eu parti-las todas
Quando encontrá-las são provas que
Eu à partido estou nas ruas onde o calão passa
Que eu tenho acesso
É quando eu regresso a casa e finalizo o meu verso
Eu tô feliz!

Dessa rotina eu sou refém
Dos dias que não voltam mais
Vivendo como quem não tem
Mais tempo pra perder com o que ficou para trás
Mas esse copo me mantém
Tranquilo nos meus temporais

Os loucos vão vivendo além

Sem se preocupar com a vida que ficou para trás

Eu sou refém das minhas próprias linhas tortas
Cego de fé, desprezo de pergaminhos
Dogmas, eu vejo o tom da ladainha hipócrita
Na entrelinha ainda é assim que o mundo caminha
Também sou refém dos vício que eu tenho
Pra me anestesiar de tanto problema
Eu sei que ignorar os fatos é só o que me resta
Mas eu diminuo a dose pra analisar pelas fresta
Eu vivo num mundo distante em rumo ao futuro próspero
Às vezes viajante, assumo
Nem sempre fumo, já tô suficientemente confuso
E mermo que eu cruzasse o Atlântico até os portos lusos

Nada entenderia desse plano térreo

Desde os sumérios à conquista de outros hemisférios
Tronos, impérios e guerras

Armas, minérios

Buscando sei lá que merda
Eles só precisavam entender o amor, primo

O que me faz bem
[?], sentar e centavos
Traz quem mais vem, quais os bravos
Ais em vais, meu laibe que Einstein jaz
Poltergeist tem paz
É o que mais tem
Vai, pastem, gastem, não
Pelo mais vim, pelos meus iguais, tipo Pasquim

Praga no jardim, o sumo do fruto
Do que resta entre a festa e o festim

Ei! O que me faz bem é o sonho de Martin
Zeitgeist, Apartheid em dias modernos
O pesadelo de Freud em meus cadernos

Represento um sorriso de uma massa
Semblante de uma raça
Quebra de muralhas, levante de uma taça
Eu me sinto bem, sim!
Mas me sentirei melhor quando meu povo se sentir igual a mim!

Dessa rotina eu sou refém
Dos dias que não voltam mais

Vivendo como quem não tem
Mais tempo pra perder com o que ficou para trás
Mas esse copo me mantém
Tranquilo nos meus temporais
Os loucos vão vivendo além
Sem se preocupar com a vida que ficou para trás

Com fé, amor e saúde
Encontrei plenitude
Gratitude na minha atitude
Procuro a virtude
Alta magnitude, sonhando sem altitude
Sem vicissitude
Com rectitude ninguém se ilude
Juventude rude, crude, fast-food e sem valores
Toda a gente sabe tudo
Sabe tudo a dissabores
Demasiados actores, filmes e realizadores
Pseudo escritores, escassos pensadores e admiradores
Sugadores de energia, aspiradores
Sonhadores querem passar por cima como aviadores
Sente na tua retina, obra-prima de historiadores
Agitadores de rima, poetas compositores
Batedores e pecadores
Confesso-me à condensadores
As dores que condensam terminam-se em válvulas de compressores
Só preciso dos que amo na íris como sete cores
No fundo mundo leva a caneta por onde fores

Dessa rotina eu sou refém
Dos dias que não voltam mais
Vivendo como quem não tem
Mais tempo pra perder com o que ficou para trás
Mas esse copo me mantém
Tranquilo nos meus temporais
Os loucos vão vivendo além
Sem se preocupar com a vida que ficou para trás



Credits
Writer(s): Michel Dias Costa, Luan Lk, Mundo Segundo, Sam The Kid, Carlos Henrique Benigno
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