Logo que passe a monção - 2015 Remaster
Num banco de névoas calmas quero ficar enterrado
Num casebre de bambu na minha esteira, deitado
A fumar um narguilé até que passe a monção
Enquanto a chuva derrama a sua triste canção
Sei que tenho de partir logo que suba a maré
Mas até ela subir volto a encher o narguilé
Meu capitão já é hora de partir e levantar ferro
Não me quero ir embora diga que foi ao meu enterro
Deixem-me ficar deitado a ouvir a chuva a cair
Que ainda estou acordado só tenho a alma a dormir
Como a folha de bambu a deslizar na corrente
Apenas presa ao mundo por um fio de água morrente
Nos arrozais morre a chuva noutra água há de nascer
Abatam-me ao efetivo também eu me vou sem morrer
Para quê ter de partir logo que passe a monção
Se encontrei toda a fortuna no lume deste morrão
Ópio, bendito ópio, minhas feridas mitiguei
Meu bálsamo para a dor de ser
Em ti me embalsamei
Ópio, maldito ópio, foi para isto que cheguei
Uma pausa no caminho
Numa névoa me tornei
Ópio, bendito ópio
Numa névoa me tornei
Ópio, maldito ópio
Numa névoa me tornei
Numa névoa me tornei...
Numa névoa me tornei...
Numa névoa me tornei...
Num casebre de bambu na minha esteira, deitado
A fumar um narguilé até que passe a monção
Enquanto a chuva derrama a sua triste canção
Sei que tenho de partir logo que suba a maré
Mas até ela subir volto a encher o narguilé
Meu capitão já é hora de partir e levantar ferro
Não me quero ir embora diga que foi ao meu enterro
Deixem-me ficar deitado a ouvir a chuva a cair
Que ainda estou acordado só tenho a alma a dormir
Como a folha de bambu a deslizar na corrente
Apenas presa ao mundo por um fio de água morrente
Nos arrozais morre a chuva noutra água há de nascer
Abatam-me ao efetivo também eu me vou sem morrer
Para quê ter de partir logo que passe a monção
Se encontrei toda a fortuna no lume deste morrão
Ópio, bendito ópio, minhas feridas mitiguei
Meu bálsamo para a dor de ser
Em ti me embalsamei
Ópio, maldito ópio, foi para isto que cheguei
Uma pausa no caminho
Numa névoa me tornei
Ópio, bendito ópio
Numa névoa me tornei
Ópio, maldito ópio
Numa névoa me tornei
Numa névoa me tornei...
Numa névoa me tornei...
Numa névoa me tornei...
Credits
Writer(s): Rui Veloso
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