O Cristo de Madeira - Multishow Ao Vivo

Saiu da cadeia sem um puto, sol na cara monstruoso
É da alma "trip" dos malucos
Belo, mas nunca vaidoso
Um dia comparado a mil anos saiu lendo o evangelho
Vida e morte valem o mesmo tanto, evolução do novo para o velho
Puxava seus cabelos desgrenhados, vendo a vida assim fora da cela
Não quis ficar ali parado aguardando a sentinela

A vida parecia reticente, sabia do futuro e do trabalho
Lembrou de sua mãe já falecida, verdade era seu princípio falho
Pensando com rugas no rosto, olhava a massa de cimento
A sensação da massa fresca transmitia às mãos o seu tormento
Trabalhava, ganhava quase nada, fazendo frio ou calor
Difícil era quem aceitasse um cara que já matou

Se olhou como um assassino no espelhinho da construção
O que viu foi sua cara de menino quando criança com seu irmão
Aonde anda seu irmão?
Em algum buraco pelo chão
Ou frequenta alguma igreja chamando a outros de irmãos

Sábios não ensinam mais, refletiu sua sombra magra
Com o pouco que raciocina ele orava, ele orava
Mas o Cristo de madeira não lhe dizia nada
Mas o Cristo de madeira não lhe dizia nada
Mas o Cristo, brincadeira, não lhe dizia nada



Credits
Writer(s): Ana Carolina De Souza
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