Borzeguim

(É fruta do mato)
Borzeguim, deixa as fraldas ao vento
E vem dançar
E vem dançar

Hoje é sexta-feira de manhã
Hoje é sexta-feira
Deixa o mato crescer em paz
Deixa o mato crescer
Deixa o mato

Não quero fogo, quero água
(Deixa o mato crescer em paz)
Não quero fogo, quero água
(Deixa o mato crescer em paz)

Hoje é sexta-feira da paixão
Sexta-feira Santa
Todo dia é dia de perdão
Todo dia é dia santo
Todo santo dia

Ah, e vem João e vem Maria
Todo dia é dia de folia
Ah, e vem João e vem Maria
Todo dia é dia

O chão no chão (Deixa o mato crescer em paz)
O pé na pedra (Deixa o mato crescer em paz)
O pé no céu

Deixa o tatu-bola no lugar
Deixa a capivara atravessar
Deixa a anta cruzar o ribeirão
Deixa o índio vivo no sertão
Deixa o índio vivo nu
Deixa o índio vivo
Deixa o índio
Deixa
(É fruta do mato) Deixa
Escuta o mato crescendo em paz (É fruta do mato)
Escuta o mato crescendo
Escuta o mato
Escuta (Escuta)

Escuta o vento cantando no arvoredo
Passarim passarão no passaredo
Deixa a índia criar seu curumim
Vai embora daqui, coisa ruim
Some logo, vai embora
Em nome de Deus

(É fruta do mato)
Borzeguim, deixa as fraldas ao vento
E vem dançar
E vem dançar

O jacú já tá velho na fogueira
O lagarto teiú tá na soleira
Uirassu foi rever a cordilheira
Gavião grande é bicho sem fronteira
Cutucurim (Cutucurim)
Gavião (zão)
Gavião (ão)

Caapora do mato é capitão
Ele é dono da mata e do sertão
Caapora do mato é guardião (Jaguaretê)
É vigia da mata e do sertão

Deixa a onça viva na floresta
Deixa o peixe n'água, que é uma festa
Deixa o índio vivo
Deixa o índio
Deixa (Deixa)

Dizem que o sertão vai virar mar
Dizem que o mar vai virar sertão
Deixa o índio
Dizem que o mar vai virar sertão
Diz que o sertão vai virar mar
Deixa o índio
Deixa (Deixa)



Credits
Writer(s): Antonio Carlos Brasileiro De Almeida Jobim
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