O Bêbado E A Equilibrista - Live At Credicard Hall, São Paulo / 2012

Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
Me lembrou Carlitos

A lua
Tal qual a dona do bordel
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel

E nuvens
Lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas

Que sufoco, louco
O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Pra noite do Brasil

Meu Brasil
Que sonha
Com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete

Chora
A nossa pátria, mãe gentil
Choram Marias e Clarisses
No solo do Brasil

Mas sei, ah eu sei
Que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança

Dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha
Pode se machucar

Azar
A esperança equilibrista
Sabe que o show
De todo artista
Tem que continuar



Credits
Writer(s): Aldir Blanc Mendes, Joao Bosco De Freitas Mucci
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