A Estrada do Sertão

Coisa que não arrenego
Nem tão pouco desapega
Ter gostado de você

Foi gostar desenxabido
Encruado, recolhido
De ninguém se aperceber

Matutando, vou na estrada
Nos meus óio a passarada
Faz um ninho pra você

Juriti me espreita triste
E a Jandáia não resiste
Chora junto por você

Nos teus óio faz clarão
E é um verde e um azulão
Tiê sangue, furta cor

Que me dá desassosego
Que me suga que nem morcego
Mangando que é beija-flor

Não me encrespe a vida assim
Já me basta o que de mim
Essa vida caçoou

Não me faz essa graçola
De me abrir essa gaiola
Pra depois não me prender

Canta firme Juriti
E me entoa uma canção
Sabiá me roça aqui
Bem de junto ao coração

Pousa aqui meu colibri
Vê se tu tem pena d'eu
Quero ser teu Bacuri, teu Bacuri
Quero ser de vosmecê

Quanto mais se desfeiteia
Me despreza
Mais me arrasto pra você



Credits
Writer(s): Herminio Bello De Carvalho, Wilson Rodrigues, Joao Teixeira Guimaraes
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