Luz Dourada

Quando é tempo de chover
Se alegram flores, bichos, gado
Eu ainda hei de ver
O mundo sem guerra, de homens honrados

Numa paisagem tão rara
Que setembro apelou pra Pedro
Quero chuva mansa e clara
Que a flor que vinga é a flor que sou, não chego

Olhe, que já vi primavera
Luar nascendo cedo
Matei a sede na fonte das pedras
Ouvindo passaredos

Passeei entre os cajús
Descobrindo os seus segredos
Ouvindo o canto do anhambú
Nos confins dos arvoredos

No ribeirão já banhei nu
Entremeio às alamedas
Já vi em noites azuis
Lampejo nos lajedos

Quando é tempo de chover
Se alegram flores, bichos, gado
Eu ainda hei de ver
O mundo sem guerra, de homens honrados

Então sairei por aí
De pés no chão, despreocupado
Sou menino, sou guri
Tupi-guarani dourado

No quebrar das cachoeiras
Debaixo dos ingazeiros
No assoviar das palmeiras
Nos cachos dos seus cabelos

Já vi flor de todo cheiro
Pra que tanto nesse olhar?
Já vi chumbo virar ouro
Já vi choro sem mágoa

Todo tipo de tesouro
O coração pode guardar
Cristãos abraçando mouros
Em coro pra celebrar

Pele igual assim, nesse dôro
Só se o arco-íris bordar
Não esqueci sem conhecer
Só de ver hei de lembrar

Quando é tempo de chover
Se alegram flores, bichos, gado
Eu ainda hei de ver
O mundo sem guerra, de homens honrados

Então sairei por aí
De pés no chão, despreocupado
Sou menino, sou guri
Tupi-guarani dourado

Quando é tempo de chover
Se alegram flores, bichos, gado
Eu ainda hei de ver
O mundo sem guerra, de homens honrados

Então sairei por aí
De pés no chão, despreocupado
Sou menino, sou guri
Tupi-guarani dourado

Sou menino, sou guri
Tupi-guarani dourado
Sou menino, sou guri
Tupi-guarani dourado



Credits
Writer(s): Rodrigues Juraildes Da Cruz
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