Chão de Estrelas

Minha vida era um palco iluminado
Que eu vivia vestido de dourado
Palhaço das perdidas ilusões
Cheio dos guizos falsos da alegria
Andei cantando a minha fantasia
Entre as palmas febris dos corações

Meu barracão no morro do salgueiro
Tinha o cantar alegre de um viveiro
Foste a sonoridade que acabou
E hoje, quando do sol a claridade
Forra o meu barracão, sinto saudade
Da mulher pomba rola que vôou

Nossas roupas comuns dependuradas
Na corda, qual bandeiras agitadas
Pareciam um estranho...
Festival
Festa dos nossos trapos coloridos
A mostrar que nos morros mal vestidos
É sempre feriado nacional

A porta do barraco era sem trinco
E a lua, furando o nosso zinco
Salpicava de estrelas...
Nosso chão...
Tu pisavas nos astros distraída
Sem saber que aventura desta vida
É a cabrocha, o luar
E o violão...



Credits
Writer(s): Orestes Barbosa, Silvio Caldas
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