Acordo Às Quatro

Acordo às quatro, tomo meu café
Dou um cheiro na muié' e nas crianças também
Vou pro trabáio', com céu ainda escuro
Respirando esse ar puro que só minha terra tem

Levo comigo minha foice e a enxada
Vou seguindo pela estrada, vou pro campo trabaiá'
Vou ouvindo o cantar dos passarinho
Vou andando, vou sozinho, tenho Deus pra me ajudar

Tenho as miúças, carneiro, porco e galinha
Tenho inté' uma vaquinha que a muié' vive a cuidar
E os menino, digo sempre a Iracema
Em Santana de Ipanema, todos os três vai estudar

Pois eu não quero fio' meu analfabeto
Quero no caminho certo, da cartilha do ABC
Eu mesmo nunca tive essa sorte
Mas eu luto inté' a morte, mode' eles aprender
Eu mesmo nunca tive essa sorte
Mas eu luto inté' a morte, mode' eles aprender

Tenho as miúças, carneiro, porco e galinha
Tenho inté' uma vaquinha que a muié' vive a cuidar
E os menino, digo sempre a Iracema
Em Santana de Ipanema, todos os três vai estudar

Pois eu não quero fio' meu analfabeto
Quero no caminho certo, da cartilha do ABC
Eu mesmo nunca tive essa sorte
Mas eu luto inté' a morte, mode' eles aprender
Eu mesmo nunca tive essa sorte
Mas eu luto inté' a morte, mode' eles aprender

É, menino meu tem que aprender
Nem que seja pelo antigo
A, B, C, D, E, F, G, H, I, J
K, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, U, V
X, Y, Z!
Fi' de caboclo alagoano tem que estudar

Mode' eles aprender
Eu luto até a morte...



Credits
Writer(s): Marcondes Benedito Farias Costa
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