Calma Preta

Eu tô ansiosa feito carros e motos e caminhões
Em vias, em curvas, buracos, imperfeições
De fato, a cada dez segundos, mil indagações
Me faço ao ver que meu pedaço se tornou milhões de mim

Meus estilhaços vão rumo a Pequim
Fazendo baldeação na Estação da Sé (é)
Às 6:00h o mar de gente não tem fim, sim
Me misturo sublime nua, frequentada pela dor
Temperada por calçada e rua

À luz da lua eu sei, na noite escura é cada um na sua
Mas aqui perpetua nós, nó não se desfaz
Grito em uma só voz, atroz ou doce
Bem antes quisera que fosse
Só peço paz pra alma, me clamo por...

Calma, preta, calma, preta, calma, preta
Calma, preta, calma, calma
Calma, preta, calma, preta, calma, preta
Calma, calma, calma, calma

Eu tô aprendendo a me dar com a paciência
Sendo submetida a um teste de sobrevivência
Tô vendo no lodo uma essência
Nessa selva bruta, feia, bela e sem coerência

Me traz a beleza de uma transparência
Enquanto essa feiura me remete a uma inconsitência
Essa mistura traduz, minha existência reluz
A tudo que me propus entender em vão
Já que todos são um, e um cabe na palma da minha mão

Mas foge, foge enquanto durmo
Sem pista de seu rumo, sim
Marcar o caminho com pão
Me arrumo nessa condição de pressa

Não fiz promessa, mas rezei à beça pra ser
Mais uma dentro dos bonde que é sauna
Por fora eu me grito, por dentro eu me peço...

Calma, preta, calma, preta, calma, preta
Calma, preta, calma, calma
Calma, preta, calma, preta, calma, preta
Calma, calma, calma, calma



Credits
Writer(s): Tassia Reis Dos Santos
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