Raízes
Ho!
Bora lá!
Vou te contar uma história
De sete vidas guerreiros
Que vieram do fervo
Pra São Paulo tentar
Com muita luta
Sem teto em meio a bocas e becos
Vencendo a seca no seco
E um emprego ficar
Pernambucano porreta
Cearense com sangue quente
Com força nos punhos
E coração pra aguentar
Uns vieram de ônibus
Outros de caminhão
Migrando da santa terrinha
À moda história contar
Chegando aqui em São Paulo
Faltava sol na garoa
E viverem de boa
Pra poder clarear
Mas a cachaça é da boa
E a cidade é grande
Todos querendo ser Gandhi
É muito peixe sem mar
Mas fica calmo menino
Menina chame a família
Se aconchegue no rap
Que eu vou lhe falar
Começo pela menina
Que desenhava o seu nome
Achou a fortaleza
No conhecimento do homem
Casou-se e veio a São Paulo
Em meio a dificuldade
Ficou-se doida na arte
E começou a espalhar
E seu marido um sábio
Vivido, grande guerreiro
Não faltava um emprego
Cuidavam do sabiá
Cuidaram de cinco filhos
Mostrando logo os trilhos
Não era doce o sucrilhos
Mas eram bons em lutar
Mesmo vindo de longe
Com paciência de monge
A consciência expande
Pois voltou a estudar
É professora, é mãe
Boa de prosa, filósofa
Fundou o centro de artes
Pra gente logo chegar
São vários na luta
E a corrida é curta
Mas calma ai minha gente
Que eu tenho mais pra contar
Também no mesmo canto
Continuo o canto
Mais uma história, um manto
Se alguém quiser vem dançar
Me lembro do assobio
Na cento e nove Olímpio
Na companhia das tardes
Que me fazia alegrar
Ao som de Luiz Gonzaga
A poesia na lábia
Lembrança ainda que vaga
Nunca se fez dispersar
Não era reggae e nem samba
Não se achava o bamba
Vestiu sua asa branca
E no céu foi logo morar
Aposto que lá ele canta
E muito mais ele encanta
No rastapé, assobio
Como no Ceará
Me chamava de amigo
O lance não era sanguíneo
Tipo um pai e um filho
Pra sempre vou me lembrar
E se o som ta bom
Aumenta logo no máximo
Imagine um livro
Ainda tô no prefácio
Agora em Pernambuco
A poesia que junto
É de quatro conjuntos
Que me fazem viver
Sei que parece confuso
Mas com calma eu explico
Se pá até simplifico
Pra você me entender
Vitória de Santo Antão
Lugar de povo feliz
Também pobreza se via
Em vários lados, sertão
Ainda que era bom
Tinha a cicatriz
Do pouco que se recebia
Na dura situação
Vieram aqui pra São Paulo
Extremo da Zona Sul
Chegaram no Parque América
Ficaram no Grajaú
A vida era difícil
O amor maior que isso
Cuidaram de cinco filhos
Mas não deixaram abalar
Moraram perto do circo
Embora faltasse um riso
O amor lhes fizeram
Arrumar mais um pra cuidar
Do outro lado naquelas
Ainda feliz nas sequelas
Mais uma família aqui
Vieram uma luz procurar
Na cidade que é grande
Que é fria e cinza
Saíram de Águas Belas
Pra viver, melhorar
Várias histórias
E contos, cada um no seu canto
Encanto simples da vida
Peraí vou contar
Foi crescendo os filhos
Com muito amor foi passado
O presente já colhido
E o futuro Deus cuidará
Deu-se logo arrepio
Foi lembrança, não frio
De um sentimento gentil
Pra sempre vamo guardar
É melodia, coral
Carinho seguindo o abraço
É as duas mãos lá da foto
Quem entende vai se ligar
Escapulário dourado
Me faz sentir do seu lado
No dia vinte e quatro
Saudade me fez cantar
E de repente no rap
Resumi esses sete mundos
Que se trombaram na terra
E em um só lugar
Peguei o melhor de tudo
Juntei lágrimas e números
Durante três minutos
Pra poder te contar
Cês num sabe o que eu via
Ou escutava nos dias
De cada um dessas rimas
E a riqueza no olhar
Uma viagem no solo
Parado em frente a pessoa
O pensamento que voa
Fazendo imaginar
Se ligue no que eu digo
Dedico todo esse hino
Pro povo nordestino
Que vieram pra cá
Me desculpem pelo pouco
É que poeta é louco
Vocês são grandes demais
Seria texto pra daná
É uma pá de estrofe
Espero que vocês gostem
Que encontrei no meu sertão
E de vocês me lembrar
Bora lá!
Vou te contar uma história
De sete vidas guerreiros
Que vieram do fervo
Pra São Paulo tentar
Com muita luta
Sem teto em meio a bocas e becos
Vencendo a seca no seco
E um emprego ficar
Pernambucano porreta
Cearense com sangue quente
Com força nos punhos
E coração pra aguentar
Uns vieram de ônibus
Outros de caminhão
Migrando da santa terrinha
À moda história contar
Chegando aqui em São Paulo
Faltava sol na garoa
E viverem de boa
Pra poder clarear
Mas a cachaça é da boa
E a cidade é grande
Todos querendo ser Gandhi
É muito peixe sem mar
Mas fica calmo menino
Menina chame a família
Se aconchegue no rap
Que eu vou lhe falar
Começo pela menina
Que desenhava o seu nome
Achou a fortaleza
No conhecimento do homem
Casou-se e veio a São Paulo
Em meio a dificuldade
Ficou-se doida na arte
E começou a espalhar
E seu marido um sábio
Vivido, grande guerreiro
Não faltava um emprego
Cuidavam do sabiá
Cuidaram de cinco filhos
Mostrando logo os trilhos
Não era doce o sucrilhos
Mas eram bons em lutar
Mesmo vindo de longe
Com paciência de monge
A consciência expande
Pois voltou a estudar
É professora, é mãe
Boa de prosa, filósofa
Fundou o centro de artes
Pra gente logo chegar
São vários na luta
E a corrida é curta
Mas calma ai minha gente
Que eu tenho mais pra contar
Também no mesmo canto
Continuo o canto
Mais uma história, um manto
Se alguém quiser vem dançar
Me lembro do assobio
Na cento e nove Olímpio
Na companhia das tardes
Que me fazia alegrar
Ao som de Luiz Gonzaga
A poesia na lábia
Lembrança ainda que vaga
Nunca se fez dispersar
Não era reggae e nem samba
Não se achava o bamba
Vestiu sua asa branca
E no céu foi logo morar
Aposto que lá ele canta
E muito mais ele encanta
No rastapé, assobio
Como no Ceará
Me chamava de amigo
O lance não era sanguíneo
Tipo um pai e um filho
Pra sempre vou me lembrar
E se o som ta bom
Aumenta logo no máximo
Imagine um livro
Ainda tô no prefácio
Agora em Pernambuco
A poesia que junto
É de quatro conjuntos
Que me fazem viver
Sei que parece confuso
Mas com calma eu explico
Se pá até simplifico
Pra você me entender
Vitória de Santo Antão
Lugar de povo feliz
Também pobreza se via
Em vários lados, sertão
Ainda que era bom
Tinha a cicatriz
Do pouco que se recebia
Na dura situação
Vieram aqui pra São Paulo
Extremo da Zona Sul
Chegaram no Parque América
Ficaram no Grajaú
A vida era difícil
O amor maior que isso
Cuidaram de cinco filhos
Mas não deixaram abalar
Moraram perto do circo
Embora faltasse um riso
O amor lhes fizeram
Arrumar mais um pra cuidar
Do outro lado naquelas
Ainda feliz nas sequelas
Mais uma família aqui
Vieram uma luz procurar
Na cidade que é grande
Que é fria e cinza
Saíram de Águas Belas
Pra viver, melhorar
Várias histórias
E contos, cada um no seu canto
Encanto simples da vida
Peraí vou contar
Foi crescendo os filhos
Com muito amor foi passado
O presente já colhido
E o futuro Deus cuidará
Deu-se logo arrepio
Foi lembrança, não frio
De um sentimento gentil
Pra sempre vamo guardar
É melodia, coral
Carinho seguindo o abraço
É as duas mãos lá da foto
Quem entende vai se ligar
Escapulário dourado
Me faz sentir do seu lado
No dia vinte e quatro
Saudade me fez cantar
E de repente no rap
Resumi esses sete mundos
Que se trombaram na terra
E em um só lugar
Peguei o melhor de tudo
Juntei lágrimas e números
Durante três minutos
Pra poder te contar
Cês num sabe o que eu via
Ou escutava nos dias
De cada um dessas rimas
E a riqueza no olhar
Uma viagem no solo
Parado em frente a pessoa
O pensamento que voa
Fazendo imaginar
Se ligue no que eu digo
Dedico todo esse hino
Pro povo nordestino
Que vieram pra cá
Me desculpem pelo pouco
É que poeta é louco
Vocês são grandes demais
Seria texto pra daná
É uma pá de estrofe
Espero que vocês gostem
Que encontrei no meu sertão
E de vocês me lembrar
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