Flor das Estradas

A luz que brotava da mata
No meio da noite parada
Não vinha da lua inquieta
Mas da inspiração do poeta

Cabelos de fogo de prata
Que em lágrimas de serenata
Formava um colar de sereno
Caindo no colo moreno
Da flor das estradas

A cor que raiava lá fora
Nos pórticos da madrugada
Não vinha da luz deslumbrante
Mas do alumbramento do amante

De mãos transbordantes de aurora
Que em sua paixão noite afora
Bebeu mel de leite e veneno
Na fonte do seio pequeno
Da moça encantada

O som que crescia na rua
Durante o esplendor da alvorada
Não vinha da luz nem da cor
Mas sim da alma do trovador

Bordada de estrela e de lua
A andar por aí toda nua
Cantando seu cântico ameno
Praquela que é dona do reino
Passarinhada



Credits
Writer(s): Paulo Cesar Francisc Pinheiro, Dorival Tostes Caymmi
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