Estereótipo

Querem mandar no que eu visto, querem julgar quem eu sou
Querem anular o que eu conquisto e que eu fique só com o que sobrou
Pode procurar nos registro, meu, o que fazem com a nossa cor
E se você é mais um tipo eu, resista, onde quer quer for

Porque somos todos alvos, somos todos alvos aqui
Somos todos alvos, somos todos alvos aqui
Somos todos alvos, somos todos alvos aqui
Somos todos alvos, somos todos alvos aqui

Um dos cinco moleques no carro no Rio, podia ser eu
Ou o Douglas, que se foi no Jardim Brasil, podia ser eu
Outro inocente morto à noite e ninguém viu, podia ser eu
E em nenhum desses casos cê nada sentiu, só se fosse eu

Faz tempo que a rua não é fábula, vim tipo rábula
Pelos meus com discurso pra encabular
Conteúdo, boy, senta o rabo lá
E me escuta, cansei do estábulo, não vou te adular
Com essa Stabilo em mãos escrevi
Coisas que me levaram a confabular
Na facul que você curte cabular

Falemos de chances, mas aviso
Não existe igualdade pra quem tem que
Correr atrás de quase 400 anos de prejuízo
Cê num sabe o que é isso, já antecipo
E nem ser seguido na loja pelo segurança
Que é do seu bairro e acha que conhece seu tipo

Se chama inversão de valores, ou show de horrores
Quando a definição de suspeito vem com uma tabela de cores
Sua justiça morreu quando embrião, sua lei já falhou no protótipo
E o azar é daquele que assim como eu se encaixa no estereótipo, ótimo

Querem mandar no que eu visto, querem julgar quem eu sou
Querem anular o que eu conquisto e que eu fique só com o que sobrou
Pode procurar nos registro, meu, o que fazem com a nossa cor
E se você é mais um tipo eu, resista, onde quer quer for

Porque somos todos alvos, somos todos alvos aqui
Somos todos alvos, somos todos alvos aqui
Somos todos alvos, somos todos alvos aqui
Somos todos alvos, somos todos alvos aqui

Pela roupa que eu visto, a quebrada que eu moro
E a cor que eu sou, o tira me para
Enquanto a filha dele deve tá querendo colar no meu show
Imagina que louco, durante o café da manhã
Quando ele vai ler o jornal
E vê minha foto na capa e não é por óbito, nem motivo criminal

Mais um igual tantos que já levou tantas porta na cara
Que perdeu a conta
Minha vingança é estilo Carl Brashear
Só d'eu tá aqui representa uma afronta
Agora me conta, olha pro mundo de ponta a ponta e vê como é sujo
Quantas Cláudias se foram antes de ter a chance de ser Taís Araújo?

Falemos de chances, pra você que esbraveja
Com raiva que é contra as cota
Quantas vez cê já teve que provar que o que é seu, é seu
Quase mostrar a nota?
Quantas vez cê acordou pra trampar
Passou duas horas só no caminho
E no vestibular disputou com quem
Acordou mais de duas horas
E foi pro cursinho?

Fica facinho assim, e a mentalidade aí se define
Quando gente igual eu só te serve se tiver fazendo gol pelo seu time
Esse estereótipo é baseado em séculos de história controversa
E se você que abraça não sabe
Já sei quem tem mais Q.I nessa conversa

Querem mandar no que eu visto, querem julgar quem eu sou
Querem anular o que eu conquisto e que eu fique só com o que sobrou
Pode procurar nos registro, meu, o que fazem com a nossa cor
E se você é mais um tipo eu, resista, onde quer quer for

Porque somos todos alvos, somos todos alvos aqui
Somos todos alvos, somos todos alvos aqui
Somos todos alvos, somos todos alvos aqui
Somos todos alvos, somos todos alvos aqui

Ô maloqueiro, aonde quer que vá fique ligeiro
As ruas não estão de brincadeira
Vizinhos nos veem como forasteiros
Ô maloqueiro, aonde quer que vá fique ligeiro
As ruas não estão de brincadeira
Vizinhos nos veem como forasteiros



Credits
Writer(s): Luiz Ricardo Santos, Michel Dias Costa
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