No Arremate do Dia

O sol campeou no horizonte
Pra se aninhar na distância
E a vida volta pra estância
No arremate do dia

Retornam aos cavaletes
Canções de mangos e esporas
Que fizeram campo a fora
Cantarem as sesmarias

As vacas mansas tranqueam
Na direção da mangueira
E os tambeiros na porteira
Se apartam rumo ao chiqueiro

A pipa da água sacia
A sede de uma cambona
Que se encosta querendona
Num angico trafugueiro

Quando uma estância adormece
No terno colo da pampa
O Rio Grande se enternece
E a nostalgia se acampa

Quando uma estância adormece
No terno colo da pampa
O Rio Grande se enternece
E a nostalgia se acampa

O poncho negro da noite
Se abriu na anca do mundo
E um olhar claro e profundo
Chega nos olhos da lua

Os ranchos viram silhuetas
E o contorno do arvoredo
Parece esconder segredo
Das nossas noites charruas

Quando uma estância adormece
No terno colo da pampa
O Rio Grande se enternece
E a nostalgia se acampa

Quando uma estância adormece
No terno colo da pampa
O Rio Grande se enternece
E a nostalgia se acampa

Os candeeiros ressuscitam
Com almas incandescentes
Como se fossem sementes
Brotando em noites escuras

Roncos de mates e cordeonas
No galpão enfumaçado
Guardam a luz do passado
Pra alvoradas futuras

Quando uma estância adormece
No terno colo da pampa
O Rio Grande se enternece
E a nostalgia se acampa

Quando uma estância adormece
No terno colo da pampa
O Rio Grande se enternece
E a nostalgia se acampa



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