R-Existência
R-EXISTÊNCIA
e então o ser não mais procura se expandir em alguma nova direção,
porque já não clareia além da densa escuridão do si.
e é um tanto quanto nebuloso por aqui
e por mais que há vez que eu queira muito ver,
não posso ver, porque se vir, não vou conter
e se eu fingir por muito tempo eu enlouqueço.
sabe a dor de quem quer se livrar de sobreviver,
de não poder se criar e ainda ter muito pra vencer? mas sem receio,
que o tempo é sempre pouco, que se vai, que se vá!
mas que chegue e que passe e não,
não cabe retornar, avanço sem dar paz,
procuro me apressar - então vem,
que inda me resta algum vigor e o destemor tem que se impor de novo,
sem esperança de um futuro novo!
por enquanto, vendo tempo, sono, fé, suor e vigor,
maquinando enquanto o corpo ainda é capaz pra luta.
e só busco poder viver a paz de quem quer viver.
cabeça sempre pede pra parar de se vender,
"ou nunca mais será"
- deixe pra lá, tudo passou e o que vem é o que é; não o que vai.
sou eu que vou. eu que vou. eu, que vou.
nem o amor foi poupado,
tudo, tudo, tudo, tudo foi vencido.
nenhum passado foi honrado:
meu futuro, meu futuro está vendido.
murro, sarrafo e esculacho! se o filha da puta é capacho,
desfaço meu sincero abraço: torço o braço e aperto o passo;
se é laço, escapo no ato e reato ao compasso.
faço no jeito ditado: se não tem cão, caça com o cano.
coisa que a gente entende e aprende
enquanto ainda nem é gente e, de repente,
sente o sangue quente, sobe à mente já ciente: não se cala,
nem consente - diferentemente, faz a frente combatente. e boa!
teu romancinho não combina; se quer cena, grava a minha:
pro relato a gente filma,
aqui só consta gente fina, enganada, estressada,
cansada, comprada com plata barata,
e a todo tempo explorada, caralho!
cê quer trabalho?
deixa que eu dou:
bagunço tudo essa porra!
a polícia espera que eu corra
e eu quero é que o porco morra,
porque no morro nois morre,
na favela nois morre,
periferia nois morre,
morte ocorre, sangue escorre e se recorre?
alguém socorre?
jamais! bem capaz!
porque ter paz é só mais um desses artigos de luxo,
pra nois é tiro no bucho,
todo dia pão mucho.
como que pode!
"deus acode", povo acorde!
o santo é forte e nois se fode,
só se fode, estresse implode,
fúria eclode, então que "take it easy"? não!
que "take it easy"?! não, não!
não minimize ou amenize a crise, só resiste!
que enquanto fingem que a favela não existe,
morre quinze, vinte, trinta e oito, saca?
mira, mata! tiro! bala! faca! taca ripa!
pedra em lata! e a pedra cara? joia rara?
elite, grana, saca? torra! esbanja! grife!
frança! herança! bota! bolsa! whisk!
couro! coca! make! iate!
depois me diz que esse discurso é um disparate?!!
ah! faça o favor!
teu sisteminha de valor nunca foi promissor!
dinheiro é dor, é a vida inteira de um trabalhador!
é a vida inteira, tá entendendo? é a vida inteira!
dinheiro é dor, é a vida inteira de um trabalhador!
nem o amor foi poupado,
tudo, tudo, tudo, tudo foi vencido.
nenhum passado foi honrado:
meu futuro, meu futuro está vendido.
e então o ser não mais procura se expandir em alguma nova direção,
porque já não clareia além da densa escuridão do si.
e é um tanto quanto nebuloso por aqui
e por mais que há vez que eu queira muito ver,
não posso ver, porque se vir, não vou conter
e se eu fingir por muito tempo eu enlouqueço.
sabe a dor de quem quer se livrar de sobreviver,
de não poder se criar e ainda ter muito pra vencer? mas sem receio,
que o tempo é sempre pouco, que se vai, que se vá!
mas que chegue e que passe e não,
não cabe retornar, avanço sem dar paz,
procuro me apressar - então vem,
que inda me resta algum vigor e o destemor tem que se impor de novo,
sem esperança de um futuro novo!
por enquanto, vendo tempo, sono, fé, suor e vigor,
maquinando enquanto o corpo ainda é capaz pra luta.
e só busco poder viver a paz de quem quer viver.
cabeça sempre pede pra parar de se vender,
"ou nunca mais será"
- deixe pra lá, tudo passou e o que vem é o que é; não o que vai.
sou eu que vou. eu que vou. eu, que vou.
nem o amor foi poupado,
tudo, tudo, tudo, tudo foi vencido.
nenhum passado foi honrado:
meu futuro, meu futuro está vendido.
murro, sarrafo e esculacho! se o filha da puta é capacho,
desfaço meu sincero abraço: torço o braço e aperto o passo;
se é laço, escapo no ato e reato ao compasso.
faço no jeito ditado: se não tem cão, caça com o cano.
coisa que a gente entende e aprende
enquanto ainda nem é gente e, de repente,
sente o sangue quente, sobe à mente já ciente: não se cala,
nem consente - diferentemente, faz a frente combatente. e boa!
teu romancinho não combina; se quer cena, grava a minha:
pro relato a gente filma,
aqui só consta gente fina, enganada, estressada,
cansada, comprada com plata barata,
e a todo tempo explorada, caralho!
cê quer trabalho?
deixa que eu dou:
bagunço tudo essa porra!
a polícia espera que eu corra
e eu quero é que o porco morra,
porque no morro nois morre,
na favela nois morre,
periferia nois morre,
morte ocorre, sangue escorre e se recorre?
alguém socorre?
jamais! bem capaz!
porque ter paz é só mais um desses artigos de luxo,
pra nois é tiro no bucho,
todo dia pão mucho.
como que pode!
"deus acode", povo acorde!
o santo é forte e nois se fode,
só se fode, estresse implode,
fúria eclode, então que "take it easy"? não!
que "take it easy"?! não, não!
não minimize ou amenize a crise, só resiste!
que enquanto fingem que a favela não existe,
morre quinze, vinte, trinta e oito, saca?
mira, mata! tiro! bala! faca! taca ripa!
pedra em lata! e a pedra cara? joia rara?
elite, grana, saca? torra! esbanja! grife!
frança! herança! bota! bolsa! whisk!
couro! coca! make! iate!
depois me diz que esse discurso é um disparate?!!
ah! faça o favor!
teu sisteminha de valor nunca foi promissor!
dinheiro é dor, é a vida inteira de um trabalhador!
é a vida inteira, tá entendendo? é a vida inteira!
dinheiro é dor, é a vida inteira de um trabalhador!
nem o amor foi poupado,
tudo, tudo, tudo, tudo foi vencido.
nenhum passado foi honrado:
meu futuro, meu futuro está vendido.
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