Canto Das Sereias

Ya, eu faço no compasso, disfarço o passo todo
Em fracasso há disfarce do espaço em traço louco
Entrelaço em sinapse, trespasso o impasse doutro
O meu braço a matar-se, que sem aço eu passo pouco

Luva é só catraia se me aperta e tenta tudo
Chuva que nem cai a ver se afeta e entra em mundo
Algum em q'eu descanse e compreenda o q'eu sei
Porque o meu relance é sem emenda no que achei

É qu'a carne em q'eu vivi é cinzenta e come a relva
A cantar-me o breu por fim p'ra que entenda e sobre a selva
A contar com que fiz no sempre em que sinto apêgo
Até o cheiro me diz onde eu já pinto e tremo

Mano, a minha cena é uma rima em tom cromático
Ir até Ipanema que arrastar a sombra é prático
Admitir uma extrema no que eu não sou didático
Mas na fluída gema em que se estrelou o apático

Pois tornei-me no reflexo do que fracassei por todos
Transformei-me no complexo que eu encontrei lá longe
Risco o "cedo", fisco ao medo, nisto eu sento nota longa
Viste, eu entro, pisco ao tempo, visto em dedo a obra toda

Dizer a nossa cura e o que cá resta já deu som
Quis ver a nova altura pois se presta cresceu bom
Viver uma lenda pura numa aresta que é seu dom
Vim ser da estremadura e faço a festa do q'eu sou

Fiquei ali a ver, passei a saber, com todo o meu ser, sou mais que a morte



Credits
Writer(s): Con Ten Tor
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