Mestiço

Mestiço, caboclo valente
De coração inocente
E incapaz de olhar

Nasceu lá no seio da mata
Cresceu amando a cascata
O Sol, a Lua, o luar

Um dia, porém, veio alguém
Fingindo querer-lhe bem
Com mil promessas no olhar

E agora, Mestiço padece
Aquele olhar não esquece
E vai tudo abandonar

Parece que a natureza falando
Diz-lhe tristonha, chorando
Ingrato, vais nos deixar

Mestiço, não vás embora
Dizem mil vozes na mata
Diz um arbusto que chora

Diz a fonte, o rio, a cascata
Dei água pro teu batismo
Murmura a fonte a chorar

De um galho meu, diz o cedro
Teu pai fez o berço pra te embalar
Não vás embora, Mestiço

Fugindo a quem não te quer
Que a cura pra teu feitiço
Está nos lábios de outra mulher



Credits
Writer(s): Celso Barbosa De Castro, Adelino Moreira De Castro
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