Impertencimento

Eu não nasci
Pra viver
Não aqui
Sem ouvir minha voz
Gritar a sós, tão longe
Do que eu sou

Não, não nasci
Pra morrer
Não aqui
Sem eu ver o após
E o nascer dos sóis tão longes
Do lugar pra onde vou

O céu, são estrelas ao léu
Não são nunca amanhã
São pedaços de um depois
Um ano-luz ou dois
São corpos pendurados
Nos varais mais hediondos
São corpos, são uma mensagem
Uma necrópole, uma miragem
Um silêncio complacente
Que nos aguarda paciente

O Universo não tem mistério
O Universo é um corpo morto.
O Universo é um cemitério.
O Universo é a pá e o poço.



Credits
Writer(s): Horácio Dib
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