Mar de Terra - Ao Vivo

Da cidade baixa pra cidade velha
Nada se dispersa tudo se disfarça
E quando aceitar onça miada acerta
Máscara que testa a mais cara mancada

Tampa de bueiro é rede que me resta
E por essa fresta quase tudo passa
Só não passa o preço de acordar sonhando
Pra dormir ligado, esperto e sem pirraça

No tempo em que corria atrás de falsas pratas
Topei com alguns trabucos, armas luminosas
Provei das medicinas do amor, da prosa
E não virei as costas, nem neguei escolhas

Já me disseram que eu era de alma cigana
Mas a estrada se acaba se a cabeça entorta
Bebi da água do rio e fui enxergar a porta
Meu lugar eu fiz foi sobre as pedras

Eu vou voltar
Pro meu lugar que é casa divina
Meus amores, meu cais

Eu vou (eu vou) voltar
Por essa estrada eu chego até Minas
Posso me aliviar
Sou lá das serras, meu mar de terra
Onde aprendi sonhar

Rasteiras da vida atordoaram
Tantas canções já feitas
Na beira da costa oeste eu vi o quanto
Foi marcar touca
Soltei as correntes sem cair
Razão pela qual pude encarar
Que não dá pra negar quem te deu a mão
Nem quem te amou

Volto para o campo pra cantar
Assistir a roça amanhecer
Onde a Caldêra vai virar
Clareando a noite

De que vale a grana meu senhor
Vale a testemunha de perder
Tudo o que julgava de valor
Na cidade grande

Volto para o campo pra cantar
Assistir a roça amanhecer
Onde a Caldêra vai virar
Derretendo a noite

De que vale a grana meu senhor
Vale a testemunha de perder
Tudo o que julgava de valor
Na cidade grande

Eu vou voltar
Sou lá das serras, meu mar de terra
Onde aprendi sonhar



Credits
Writer(s): Tatio Abreu
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