Discurso ou Revólver

A igualdade social é só em conto de fadas
Felicidade é só em sonho, só em mágica
Acredito na palavra ou na metralhadora
Revolução verbal ou aterrorizadora

Vamos queimar constituição com coquetel molotov
Com carro bomba no congresso, tic tac explode
Suplicar pro gambé derrubando sua porta
Não bater na sua mulher, não atirar nas suas costas

Até quando comer resto, lavar banheiro?
Abrir o boy no meio na ilusão de dinheiro
Ser exterminado como judeu em Auschwitz
Mostrar pra globo o que é viver no limite

A custa atlanta queimando na sua frente
A SS agora veste o cinza da PM
De braço cruzado é só miolo espalhado no chão
Discurso ou revólver, tá na hora da revolução!

Tá na hora de parar de mofar no presídio
De tá no necrotério com uma par de tiros
De ser o analfabeto comendo resto
Viciado que o DENARC manda pro inferno

Tá na hora de parar de mofar no presídio
De tá no necrotério com uma par de tiros
De ser o analfabeto comendo resto
Viciado que o DENARC manda pro inferno

Fizeram da sua rua filial do vietnã
Deram rifles pras crianças, estupraram sua irmã
Exilaram na favela o cidadão na teoria
Oprimido, censurado no país da democracia

Te dão crack, fuzil, cachaça no buteco
Esse é o campo de concentração moderno
Hitler, FHC, capitão do mato
Bacharelo em carnificina, mestrado em holocausto

Chega de bater palma tomando tiro, facada
De prato vazio, vendo o boy suar na sauna
O sistema te quer no viaduto com água na boca
Com a garrafa cortada na mão esperando a Kombi trazer sopa

No chiqueiro do navio negreiro consertar na porta
Morto pelo senhor do engenho com farda e pistola
Que só em cabeça de pobre descarrega sua munição
Discurso ou revólver, tá na hora da revolução!

Tá na hora de parar de mofar no presídio
De tá no necrotério com uma par de tiros
De ser o analfabeto comendo resto
Viciado que o DENARC manda pro inferno

Tá na hora de parar de mofar no presídio
De tá no necrotério com uma par de tiros
De ser o analfabeto comendo resto
Viciado que o DENARC manda pro inferno

Prevejo o mercado saqueado bala de borracha
Escudo do choque tomando pedrada
Guerra civil em praça pública socorro professor
Com sangue no rosto, mordida de cachorro

Sem teto, sem terra, sem perspectiva
Sem estudo, sem emprego, sem comida
O pavil da dinamite tá aceso
Qual será o preço pra eu ter os meus direitos

Sequestrar, tirar, queimar pneu na avenida
Invadir a fazenda improdutiva
Só jogamo ovo por isso nada mudou
Quem sabe o presidente na mira do atirador

Em São Paulo 35 por dia chega
Tolerância zero, ou cavar trincheira
O serial killer do planalto continua em ação
Discurso ou revólver, tá na hora da revolução!

Tá na hora de parar de mofar no presídio
De tá no necrotério com uma par de tiros
De ser o analfabeto comendo resto
Viciado que o DENARC manda pro inferno

Tá na hora de parar de mofar no presídio
De tá no necrotério com uma par de tiros
De ser o analfabeto comendo resto
Viciado que o DENARC manda pro inferno

A favor do inimigo, repressão desinformação
O domínio dos dois caminhos pra revolução
Caminho um a voz do povo aqui não é a voz de deus
Se tua casa é de caxote de feira problema seu

Tanto faz sua filha no motel ganhando trocado
Tanto faz seu filho com a doze matando vigia no assalto
Se vier pro asfalto fazer passeata
Aí o PM te mata, te faz engolir bandeira e faixa

Caminho dois desconhecendo cenário político
Onde jogar granada, quem é o nosso inimigo
Entendeu por que não tem, escola pra você
Toma uzi e me diz quem tem que morrer

Não adianta ser milhões se não somos um
Ação coletiva, objetivo comum
Discurso ou revólver não interessa a opção
Sem união é impossível a revolução!

Tá na hora de parar de mofar no presídio
De tá no necrotério com uma par de tiros
De ser o analfabeto comendo resto
Viciado que o DENARC manda pro inferno

Tá na hora de parar de mofar no presídio
De tá no necrotério com uma par de tiros
De ser o analfabeto comendo resto
Viciado que o DENARC manda pro inferno

Pro inferno



Credits
Writer(s): / Eduardo, Mauro Henrique Neves Cardim
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